Título: Caem ofertas de ações
Autor: Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 28/09/2008, Economia, p. 36

Embora a bolsa brasileira seja menos dependente do investidor externo na comparação com os emergentes, as quedas no Brasil ainda são fortes, dada a perspectiva de crescimento inferior do país em relação aos outros.

- Os estrangeiros não pararam simplesmente de investir em emergentes, só buscaram economias com maior crescimento - diz Paulo Dortas, da Ernst & Young, para quem a velocidade de saída da bolsa brasileira foi muito maior.

Prova disso, segundo ele, é a queda no número de ofertas públicas de ações no país: no ano, 12 até agora, contra 76 do ano de 2007 todo (56 até setembro). Só no primeiro trimestre, a China, com 29 operações, já superou o Brasil, tal como Polônia (17) e Índia (16). A participação externa nas ofertas brasileiras também caiu: de 70%, em média, em 2007, para 39% na oferta da popular Vale, em julho.

Um motivo para saída de estrangeiros das bolsas emergentes é o peso de empresas produtoras de matérias-primas nelas, avalia Reinaldo Grasson, da Deloitte. Essas companhias tendem a ser afetadas por um desaquecimento global. (F.F.)