Título: Mensagem ao Partido apoia Dilma
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 12/03/2009, Política, p. 6/7

Eleições 2010

Segunda maior corrente do PT declara, no fim de semana, apoio à ministra-chefe da Casa Civil na corrida à Presidência da República. Essa é a segunda tendência interna que reconhece a candidatura dela este mês. A Articulação de Esquerda também já deu seu aval

-------------------------------------------------------------------------------- Gustavo Krieger Da equipe do Correio A ¿Mensagem ao Partido¿, segunda maior corrente interna do PT, vai declarar seu apoio à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República. A manifestação acontecerá no encontro nacional da tendência, marcado para o fim-de-semana, no Rio de Janeiro. É mais um sinal de que o nome da ministra é hoje incontestável dentro do PT. Há um ano, o quadro era muito diferente. Dilma enfrentava contestações e possíveis adversários dentro da legenda. A mudança é resultado da pressão exercida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Criada depois da crise do Mensalão, que dividiu o PT, a Mensagem é um grupo amplo. Seus líderes vão do ministro da Justiça, Tarso Genro, à Democracia Socialista, uma das correntes de esquerda do PT. Indicou o deputado José Eduardo Cardozo para a secretaria-geral, segundo cargo mais importante da direção partidária.

Apontado por muito tempo como um dos presidenciáveis petistas e com uma relação nem sempre pacífica com Dilma, Tarso Genro defende a candidatura dela. ¿O presidente Lula é uma voz muito importante dentro do partido e já deixou clara sua preferência pela ministra Dilma como candidata¿, afirma. ¿Cabe ao PT construir essa candidatura¿.

José Eduardo Cardozo confirma. ¿Não existe outro nome colocado dentro do PT para disputar a Presidência da República a não ser o nome da ministra Dilma. Ela conta com o apoio do presidente Lula e está credenciada pelo trabalho que executa no governo.¿

No início do mês, a Articulação de Esquerda, outra das maiores correntes petistas, aprovou um documento no qual reconhece como fato consumado a candidatura de Dilma e elencou seus pontos fortes: o comando do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma longa história de militância na esquerda, a ¿competência reconhecida¿ como administradora e até a condição de mulher.

Quando foi lançada por Lula, a ministra encontrou reação no PT, que reclamava de sua pouca história no partido. A reação esgotou-se, pela força do presidente e pela falta de capacidade da legenda em apresentar outro nome.

Nordeste Ontem, a ministra da Casa Civil seguiu com a agenda em tom político. Começou o dia recebendo a bancada de deputados do Nordeste para um café da manhã. E estabeleceu uma forte relação entre a região e o principal programa social do governo Lula. ¿O Bolsa Família tem a cara do Nordeste. (...) No Bolsa-Família, 52% dos beneficiários são do Nordeste. Do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social, 48% dos recursos são para a região¿, relatou a ministra. É a mesma análise feita pelos partidos da oposição, que identificam relação direta entre o mapa de distribuição do Bolsa-Família e o crescimento dos partidos governistas na região.

-------------------------------------------------------------------------------- Encontro com governador pré-candidato Adriano Lima/Futura Press

São Paulo ¿ Depois de participarem juntos de um seminário em São Bernardo do Campo, no ABC, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador paulista, José Serra (PSDB), se encontraram por cerca de uma hora ontem à noite no Palácio dos Bandeirantes. Na saída, o tucano evitou falar de sucessão presidencial: ¿Não vou entrar no bate-bola político. Aí fica complicado¿. Ele disse ter sugerido a Dilma medidas anticrise, como o aumento do percentual possível de endividamento dos municípios e a ampliação do crédito para alguns setores. De manhã, Dilma tinha dito que pediria apoio ao tucano para a tentativa do governo de modificar a lei de licitações no Congresso. ¿Eu acho que o governador também podia dar uma mão para a gente aprovar em regime de urgência.¿ (Alessandra Pereira)