Título: Crivella critica PMs que faziam blitz para reprimir transporte irregular
Autor: Lima, Ludmilla de; Magalhães, Luiz Ernesto
Fonte: O Globo, 03/10/2008, O País, p. 3

Durante carreata, candidato diz que fiscalização era uma "truculência".

O candidato do PRB a prefeito, Marcelo Crivella, cujo slogan de campanha é "Vamos arrumar o Rio", criticou ontem policiais militares que faziam um blitz contra o transporte irregular na Estrada da Água Branca, em Realengo, por onde passava a carreata do senador. Com cerca de 20 veículos, a carreata praticamente se desfez: alguns motoristas foram parados; outros, ao perceberem a movimentação, desviaram para evitar a blitz.

Um dos PMs, ao ver a caçamba superlotada da picape onde Crivella estava, quase parou o veículo, mas desistiu quando percebeu que um dos ocupantes era o candidato. Crivella aproveitou para reclamar da blitz e disse que os policiais foram traídos pelo governador Sérgio Cabral, que não reajustou seus salários:

- Que truculência, que arrogante... não pode fazer isso com o povo. Essa é a festa da democracia - disse Crivella.

"Segurar uma carreata é um crime contra a democracia"

Ao ser informado que se tratava de uma blitz para apreender veículos em situação irregular, reagiu:

- A blitz não pode ficar parada num só lugar. Estamos às vésperas das eleições. Segurar uma carreata é antidemocrático. É um crime contra a democracia - afirmou.

Os carros acabaram sendo liberados depois de um membro da comitiva de Crivella conversar com os policiais. Um oficial da PM que comandava a operação afirmou que sequer viu Crivella e negou que carros em situação irregular tivessem sido liberados. E afirmou que não viu Crivella em cima da caçamba

Já quatro motoristas de Kombis que faziam campanha para o vereador Jorge Felippe (PMDB), que apóia o candidato a prefeito Eduardo Paes, ficaram retidos na blitz.