Título: Íris Rezende é reeleito com recorde em Goiânia
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 06/10/2008, O País, p. 28

Prefeito do PMDB obtém votação inédita.

GOIÂNIA. Na eleição menos disputada dos últimos 12 anos na capital de Goiás, o prefeito Íris Rezende (PMDB), de 74 anos, conseguiu quebrar dois tabus: é o primeiro prefeito reeleito de Goiânia com votação recorde no primeiro turno. Apurados 83% dos votos, Íris tinha 73,57% dos válidos. Desde 1996, a disputa na cidade sempre foi decidida no segundo turno.

- É uma porcentagem realmente incomum nas eleições em Goiânia- reconheceu Íris, que já foi vereador, prefeito, deputado, governador, senador e ministro e atribuiu a vitória expressiva a seu "passado de lutas".

Seu principal adversário, o deputado federal Sandes Junior (PP), disputou a prefeitura pela terceira vez e estava com 16,06% dos votos. Gilvane Felipe (PPS) teve 5,38%, e Martiniano Cavalcante (PSOL) recebeu 4,98% dos votos.

Íris venceu a eleição numa aliança que contou com o petista Paulo Garcia, vice da chapa. Garcia é ligado ao grupo do ex-tesoureiro Delúbio Soares no estado, um dos articuladores da coligação. O acordo com o PMDB rachou o PT de Goiás, que, na convenção do partido, aprovou a aliança por apenas um voto de diferença: 116 contra 115.

O acordo agora é visto nos bastidores como uma forma indireta de o PT reassumir a prefeitura, já que o peemedebista admitiu durante a campanha que sua reeleição poderia servir de trampolim para a disputa ao governo do estado em 2010.

Em Goiás, somente na cidade de Anápolis haverá segundo turno. A nova eleição será entre Antônio Gomide (PT) e Onaide Santillo (PMDB). Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a eleição foi tranqüila na maioria dos 246 municípios. Em Goiânia, 150 urnas de três seções apresentaram problemas e tiveram de ser substituídas. A votação foi prorrogada até as 19h. Segundo o TRE, houve distribuição de senhas para os eleitores que chegaram antes das 17h aos locais de votação. Em cinco seções a votação aconteceu de forma manual.

Segundo a presidente do TRE-GO, a desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, problemas técnicos que acarretaram atraso no início da apuração não provaram prejuízos ao resultado final.