Título: Agripino alfineta Lula por derrota em Natal
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 07/10/2008, O País, p. 18

Senador diz que eleitores rejeitaram acordão patrocinado por presidente

NATAL. Eufórico com a eleição no primeiro turno da jornalista Micarla de Sousa (PV) para a prefeitura de Natal, contra Fátima Bezerra (PT), o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia, prometeu responder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso aos ataques que sofreu na campanha. O líder do DEM discursou ao lado da prefeita eleita e da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) num comício improvisado anteontem à noite na avenida Bernardo Vieira, em Lagoa Nova. Ele ficou só alguns minutos e depois seguiu para Mossoró, segunda maior cidade do estado, onde o partido reelegeu a prefeita Fafá Rosado.

Mesmo reconhecendo que foi Micarla quem derrotou Fátima, o senador não perdeu a oportunidade de alfinetar em tom irônico o presidente Lula, que foi o mentor da aliança do PT com o PMDB do presidente do Senado, Garibaldi Filho, e com o PSB da governadora Wilma de Faria e do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves. Numa referência a Lula, que disse que iria ao estado quantas vezes fossem necessárias para derrotá-lo na reeleição para o Senado, o líder do DEM convidou o presidente a ir a Natal, dizendo que é o povo quem elege os candidatos.

- Lula veio aqui patrocinar um acordão, que o povo rejeitou - disse o líder da oposição, sob os aplausos de uma multidão de cerca de três mil pessoas que acompanhou em carreta a prefeita eleita até a Zona Norte.

A festa da vitória de Micarla foi exatamente no mesmo lugar onde o PT organizou o comício para Lula dizer que a sua candidata era Fátima Bezerra e a agora prefeita eleita.

- Natal foi a única capital em que o presidente da República fez campanha. Ele veio fazer teoricamente a campanha de Fátima Bezerra, mas fez foi insultar a candidata Micarla e a mim também - declarou o senador.

Agripino não adiantou o teor do seu discurso, mas acrescentou que o presidente Lula vai ter uma resposta à altura.

- O presidente vai ouvir lá em Brasília, que é o plenário mais adequado.