Título: G-7 quer ação urgente mas não se une contra crise
Autor: Frisch, Felipe; Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 11/10/2008, Economia, p. 29

Países ricos tomarão medidas para estabilizar os mercados e restaurar o crédito.

WASHINGTON. O G-7, grupo dos sete países mais industrializados (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão), divulgou ontem, após reunião em Washington, um plano de ação com cinco pontos para combater a crise global, prometendo evitar a falências das grandes instituições financeiras. "A situação atual requer ação urgente e excepcional", afirma o comunicado. No entanto, o grupo não ofereceu medidas concretas nem se comprometeu, de fato, com uma ação conjunta, o que pode indicar um racha entre as potências mundiais.

O primeiro ponto do comunicado refere-se à adoção de ações decisivas e ao uso de todas as ferramentas disponíveis para apoiar as instituições financeiras importantes para o sistema e evitar sua falência. O segundo prevê tomar as medidas necessárias para reaquecer os mercados de crédito e câmbio e garantir que bancos e outras instituições financeiras tenham amplo acesso a liquidez e fundos.

O terceiro ponto cita a garantia a bancos e grandes financeiras para que obtenham capital suficiente, público e privado, para restabelecer a confiança e retomar os empréstimos a pessoas físicas e empresas. O quarto prevê assegurar que as garantias de depósitos bancários de cada país sejam robustas e consistentes o bastante para manter a confiança dos correntistas no sistema. Por último, agir para reativar os mercados secundários de hipotecas.

No comunicado, os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-7 afirmam que as medidas serão adotadas de forma a proteger os contribuintes e evitar prejuízos a outros países. "Utilizaremos ferramentas de política macroeconômica quando for necessário e adequado". E prometeram apoiar o Fundo Monetário Internacional (FMI) na ajuda a países afetados pela turbulência.