Título: Duelo na TV entre ex-prefeita e prefeito
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 13/10/2008, O País, p. 4

Comparação entre gestões domina confronto em SP; petista liga prefeito a Maluf e adversário lembra escolas de lata.

SÃO PAULO. A candidata do PT à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, tentou desconstruir a imagem política e administrativa do prefeito Gilberto Kassab (DEM) ao longo das duas horas do debate entre os dois candidatos, realizado ontem pela TV Bandeirantes. Segundo a tese de Marta, existem dois Kassabs: o prefeito que veta projetos, e o da propaganda, que faz tudo.

- Em quem temos que acreditar, no prefeito da caneta, que veta os projetos, ou no que está na propaganda eleitoral? - perguntou ela.

Marta explorou também as alianças políticas do prefeito com os ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta. Kassab à certa altura chegou a chamar pela Virgem Maria, quando Marta lembrou que ele teria sido um dos autores do movimento "Reage Pitta". Na defesa, Kassab tentava virar o jogo lembrando das escolas de lata e das dificuldades de Marta para governar a cidade.

Kassab parte para o ataque e lembra as taxas de Marta

A partir do segundo bloco do programa, Kassab reagiu e partiu também para o ataque, lembrando de medidas adotadas por Marta na sua gestão na prefeitura paulistana como as taxas de lixo e de iluminação pública.

O clima no estúdio também era de tensão entre as claques dos dois candidatos e a organização do programa. A cada declaração mais aguda dos candidatos, as duas platéias aplaudiam ou vaiavam, o que levou o mediador, o jornalista Boris Casoy, a pedir por várias vezes que a platéia ficasse em silêncio. O momento mais comemorado pelos petistas foi quando Kassab admitiu que vetou um projeto de lei que aumentava para seis meses a licença-maternidade para as servidoras públicas municipais, alegando que o projeto era inconstitucional.

A petista Marta, então, leu o texto do veto assinado por Kassab no qual o prefeito dizia ser suficiente o prazo atual de quatro meses e discordava do projeto. Para os petistas isso reforço a tese dos "dois Kassabs".