Título: Em mais um dia instável, Bovespa sobe 1,81%
Autor: Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 15/10/2008, Economia, p. 23

Em dois pregões, alta chega a 16,73%. No câmbio, BC aumenta artilharia e dólar cai 2,42%, para R$2,093.

Depois de registrar fortes variações ao longo do dia - de valorização de 7,16% a perda de 1,49% -, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conseguiu confirmar ontem seu segundo dia de alta seguido. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 1,81%, para 41.569 pontos. No acumulado da semana, acumula ganho de 16,73%, embora ainda recue 34,93% no ano. Já o dólar fechou em queda de 2,42%, para R$2,093.

Na Bovespa, investidores iniciaram o dia em clima de euforia. Em meia hora, o Ibovespa alcançou sua variação máxima, alta de 7,16%, para 43.753 pontos. Mas logo teve início um movimento de investidores vendendo ações para aproveitar a alta e embolsar lucros.

À tarde, o indicador ficou no terreno negativo por cerca de 40 minutos, influenciado pela queda do mercado americano.

- Antes que a situação se normalize, vamos esperar os balanços financeiros. Alguns dados terão que ser melhor esclarecidos, como o impacto da alta do dólar no balanço das empresas e a definição da nova taxa de juros pelo Banco Central - disse Patrícia Branco, da Global Equity.

Nos últimos minutos do pregão, o Ibovespa se recuperou, puxado pela alta das ações preferenciais de Vale (+ 0,87%), Petrobras (1,48%), Bradesco (+5,15%), Itaú (+3,78%) e das units, ou grupo de ações, do Unibanco (+1,81%).

Para o gestor da SLW, Gustavo Alcântara, os investidores estão "ressabiados":

- Depois que o nervosismo se instala, demora um tempo para se dissipar. As pessoas ainda estão com a semana passada na memória, com medo de novas quedas - disse.

BC fará hoje novos leilões no mercado de câmbio

No mercado cambial, o dólar abriu em forte queda, de 5,10%, a R$2,045, nas negociações à vista. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), contratos com vencimento em novembro alcançaram o limite de queda de 6% por duas vezes, permanecendo assim até o fechamento do pregão. Abaixo desta variação o sistema não computa propostas. Já aqueles com vencimento em dezembro alcançaram a máxima por poucos minutos, perto da abertura.

Mesmo com o movimento de queda, o Banco Central (BC) agiu três vezes para dar mais liquidez ao sistema. Por volta de meio dia, o BC vendeu cerca de US$104 milhões em moeda de suas reservas, de acordo com um operador.

Depois, voltou ao mercado e fez um leilão de swap (em que troca a variação do câmbio por uma taxa de juros), e vendeu 25,2 mil contratos, que somaram US$1,235 bilhão.

Perto do fechamento, o BC fez um leilão de linhas, em que oferece a divisa com promessa de recompra no futuro, de mais US$1 bilhão. O giro financeiro do mercado à vista ficou em torno de US$2,6 bilhões. O BC já anunciou um novo leilão de swap cambial para hoje.