Título: Em BH, clima de guerra prevalece na campanha
Autor: Vasconcelos, Adriana; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 16/10/2008, O País, p. 10

Lacerda diz que adversário não conhece História e é obrigado a falar sobre citação no caso mensalão.

BELO HORIZONTE. O clima de guerra entre os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte ultrapassa os programas no horário eleitoral. Sempre acompanhados por claques, Leonardo Quintão (PMDB) e Marcio Lacerda (PSB) têm quase se atracado nos debates de que têm participado. Ontem, Lacerda rebateu declaração de Quintão, que o acusara de mentir ao dizer que foi preso político no regime militar, afirmando que ele foi um preso comum, por ter assaltado um banco. Lacerda disse que Quintão desconhece a História do Brasil e as torturas e mortes durante o regime militar.

- Você comentou um erro monstruoso. Não sei se em razão do desconhecimento da Historia recente do país ou diante da visão de direita que você tem. Disse que eu era um criminoso porque assaltei banco. Realmente, Leonardo, você ofendeu não só a mim, como ao Pimentel (Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte), a ministra Dilma, o (Fernando) Gabeira, candidato no Rio, e é uma coisa muito grave. Revela pelo menos o seu desconhecimento da História - rebateu Lacerda, em debate da "Folha de S.Paulo". Na ditadura, Lacerda ficou quatro anos e meio na prisão, tendo cumprindo pena na mesma prisão que Pimentel.

TRE libera panfletos do PT contra Quintão

Já Lacerda teve que explicar o envolvimento do seu nome com o mensalão e o contato que manteve com Marcos Valério, operador do esquema. Lacerda disse que trabalhou na campanha de Ciro Gomes (PSB-CE) em 2002 e ligou para o então tesoureiro do PT , Delúbio Soares, no segundo turno das eleições, para que fosse feito o pagamento a uma pessoa que não havia recebido do partido. Lacerda disse que, indicado pelo PT, ligou para Valério. Segundo ele, foi o único contato que tiveram.

Ontem o TRE liberou a distribuição de panfletos produzidos pelo PT contra Quintão que haviam sido apreendidos. Os papéis, com o título "Fora Sebastião e Leonardo Quintão", fazem uma comparação entre as gestões do pai do candidato do PMDB, Sebastião Quintão, em Ipatinga, e uma possível administração de seu filho.