Título: PT convoca ministros para ato pró-Marta hoje
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 09/10/2008, O País, p. 10
Líderes sindicais, intelectuais e artistas também vão participar de ato destinado a injetar novo ânimo na campanha petista
Ricardo Galhardo
SÃO PAULO. A direção nacional do PT decidiu jogar todo o peso político do partido e do governo federal em favor da candidatura da ex-ministra do Turismo Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo. Desembarcam hoje em São Paulo, para um ato em apoio a Marta, pelo menos seis ministros e quase toda a cúpula nacional do PT, além de parlamentares e nomes de peso das áreas artística, sindical e acadêmica. No sábado, o próprio presidente Lula participará de um evento ao lado de Marta.
- Vamos mostrar toda a força política e consistência da candidatura da Marta - disse o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), um dos coordenadores da campanha.
Dez integrantes do primeiro escalão do governo federal são esperados no ato, entre eles os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), Orlando Silva (Esporte), Carlos Minc (Meio Ambiente), Fernando Haddad (Educação), Edson Santos (Igualdade Racial), Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), Carlos Lupi (Trabalho), Luiz Barreto (Turismo) e Juca Ferreira (Cultura).
O presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini, acompanhado de quase toda a executiva nacional do PT, também participará do ato, assim como presidentes das centrais sindicais que apóiam Marta e dos outros partidos que integram a coligação.
Além deles, nomes de peso das áreas cultural e acadêmica como a filósofa Marilena Chauí, o crítico literário Antonio Candido, o escritor Fernando Morais e o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos confirmaram presença no ato "Todos com Marta", num hotel na região da Avenida Paulista.
"Temos que incendiar a disputa", resume dirigente
A realização do ato estava em discussão há algumas semanas, mas foi decidida anteontem, após a reunião da executiva nacional do PT, em Brasília. Segundo dirigentes do partido, o objetivo é dar uma demonstração de força e espantar o clima de abatimento que tomou conta de parte da militância do PT paulista depois do resultado do primeiro turno, em que Marta ficou atrás do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
- Temos que incendiar a disputa. Isso aconteceu em outras cidades, como Salvador, mas em São Paulo todos pensavam que a situação estava tranqüila - disse um dirigente petista.
Ontem, em caminhada na região de Santo Amaro (Zona Sul), Marta admitiu uma mudança de foco na campanha. O objetivo é atingir a classe média politizada.
- Não adianta ficar só comparando números, quem fez mais creches - disse um dirigente.
Marta voltou a afagar os tucanos ontem, lembrando ter apoiado Mário Covas no segundo turno da eleição para governador de São Paulo, recebendo, dois anos depois, apoio tucano na disputa pela prefeitura. Nos dois casos, o adversário era Paulo Maluf.
- Minha trajetória é totalmente transparente. Sou parceira do presidente Lula há 30 anos - disse Marta.
O presidente da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Jerônimo Alves, negou ontem que a cúpula de sua igreja tenha se reunido para discutir apoios a candidatos no segundo turno das eleições em São Paulo.
COLABOROU Tatiana Farah
oglobo.com.br/pais/eleicoes2008