Título: Marta afirma ter ficado pasma com governador
Autor: Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 18/10/2008, O País, p. 12

SÃO PAULO. A candidata do PT à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, acusou o governador José Serra (PSDB) de fazer uso eleitoreiro do confronto entre policiais civis grevistas e a Polícia Militar. Ela, que disse ter ficado "pasma" com as acusações do governador, comparou a postura de Serra a outros dois episódios em que autoridades tentaram responsabilizar o PT às vésperas de eleições: o sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, e a morte de um bóia fria em Leme (SP), em 1986:

- Quando o Suplicy foi candidato ao governo do estado, lançaram que o PT tinha matado um agricultor, e a eleição se perdeu ali. Quando teve o seqüestro do Abílio Diniz, puseram camisetas do PT nos seqüestradores e ali o Lula perdeu a eleição. Agora estamos às vésperas de uma eleição também.

Em 1986, a Polícia Civil, sob o comando de Franco Montoro, acusou petistas de levarem armas a bóias-frias grevistas em Leme. Em 11 de julho daquele ano, um confronto entre PMs e trabalhadores deixou dois mortos. Em um mês, Suplicy caiu de 17% para 6% nas pesquisas. Após a eleição, o governo admitiu que o PT não tinha relação com as armas. Três anos depois, quando o presidente Lula foi candidato à Presidência pela primeira vez, a PF vestiu camisetas do PT nos seqüestradores de Diniz. Fernando Collor venceu.

A campanha de Marta ajuizou representação junto ao TRE pedindo a impugnação da candidatura do prefeito Gilberto Kassab (DEM) por uso indevido da máquina. O motivo é a solenidade em que ele entrega um cheque de R$198 milhões a Serra para obras no metrô.