Título: G-20 terá ação coordenada contra a crise global
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Fonte: O Globo, 10/10/2008, Economia, p. 31

Proposta partiu dos EUA e foi formalizada pelo Brasil, que lidera o grupo. Reunião é amanhã.

BRASÍLIA. Depois da ação coordenada dos bancos centrais de três continentes reduzindo taxas de juros, agora os Estados Unidos querem uma ação coordenada entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento para ajudar a pôr fim à crise financeira. A reunião do G-20 financeiro - grupo integrado pelas 20 maiores economias industrializadas e emergentes do mundo - acontecerá amanhã, em Washington, durante encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI). A idéia é promover um maior engajamento dos países em desenvolvimento nos debates relativos à crise financeira internacional.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou a reunião porque o Brasil é o presidente rotativo do G-20. O pedido para o encontro, no entanto, foi feito a Mantega pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, e o assunto também foi abordado em uma conversa telefônica, quarta-feira passada, entre os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é discutir a coordenação de novas ações contra a crise global. Daí a necessidade de um amplo encontro com ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais desses países. O próprio governo americano já declarou, por meio do secretário Paulson, que a participação das economias emergentes é fundamental para suavizar os efeitos das turbulências, que terão como conseqüência a desaceleração do crescimento mundial.

Para se ter uma idéia da importância do G-20, o grupo de nações é responsável por 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 80% do comércio. Além do encontro de emergência do G-20, o presidente dos EUA convocou uma reunião prévia, na Casa Branca do G-7 - que reúne as economias mais desenvolvidas do mundo - no sábado.

O G-20 também se reunirá nos dias 8 e 9 de novembro, em São Paulo. A expectativa é que a reunião de coordenação de sábado sirva para que ministros e dirigentes de bancos centrais tragam ao Brasil, no próximo mês, propostas e resultados concretos e mais satisfatórios para enfrentar a crise.