Título: Tião Viana reage
Autor: Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 30/10/2008, O Globo, p. 2

O candidato do PT à presidência do Senado, Tião Viana (AC), não pretende abrir mão da disputa em favor de um nome acima dos partidos, como José Sarney (PMDB-AP). "Eu sou candidato, independentemente de outros nomes que possam surgir", afirmou Tião. Determinado, o petista foi informado ontem de que os senadores do PMDB racharam - uma ala não se conforma com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) voltando a dar as cartas.

As emendas populares ao Orçamento

Seis seminários regionais já foram realizados e outros sete estão agendados pelo presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS). Nessas reuniões, ele está recebendo emendas de participação popular ao Orçamento. Para atendê-las, sua idéia é usar a dotação de uma das 15 emendas de bancada que cada estado tem direito no Orçamento. É sua intenção, pelo menos nesse caso, tornar a execução dessas emendas impositivas.

A ofensiva petista no Senado

Na busca de votos para se eleger presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC) tem dito aos senadores que sua campanha é de fortalecimento da imagem da Casa. Ele faz alusão à volta ao poder da turma de Renan Calheiros (PMDB-AL). Os petistas calculam que, como em 2010 haverá renovação de dois terços do Senado, os demais senadores não querem passar por um novo desgaste, que poderia comprometer a reeleição deles. Tião procura se colocar como integrante de um movimento pró-Senado, que esteja acima da disputa entre governo e oposição. Senadores tucanos, que lutaram para cassar o mandato de Renan, estão sensíveis.

O PMDB é um partido mais elástico" - José Serra, governador (SP), sobre a vitória do PMDB, lembrando que José Fogaça era do PPS, e Eduardo Paes, do PSDB.

PAPARICO. Para agradar a seus novos amigos, o prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, não mede esforços. Ontem na presidência do Senado, estimulado pelo governador Sérgio Cabral, ele quase beijou a mão do senador José Sarney (PMDB-AP). Cabral sugeriu: "Cumprimenta o nosso mestre. Beija a mão dele". Paes se inclinou enquanto segurava a mão de Sarney, que o impediu de consumar o gesto com tapinhas nas mãos.

O hábito faz o monge

Sabendo da presença do governador José Serra no gabinete do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), anteontem, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), foi lá cumprimentá-lo. Como Jucá foi líder do governo FH, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), não perdeu a oportunidade. "Ele (Serra) está precisando de um líder", brincou Virgílio. "Vai ser a primeira expansão do PSDB sobre o PMDB", completou Guerra. Risos.

Sem acordo

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Vinicius de Assumpção, contesta nota sobre a greve da categoria: "No Rio, os bancos entraram com oito ações contra a greve. O sindicato respondeu a cinco ocorrências policiais".

Agora vai

O PT e o PMDB se acertaram. Os peemedebistas Michel Temer (SP) e Henrique Alves (RN) se reuniram com os petistas Ricardo Berzoini (SP) e Maurício Rands (PE). O acordo na Câmara será cumprido, e não se fala no Senado.

COMENTÁRIO de um integrante da equipe econômica: "A semana passada foi uma semana ruim no inferno em que vivemos, mas esta está sendo uma boa semana no inferno".

O GOVERNADOR José Serra levou. O PSDB não vai propor emenda à MP 443 proibindo o Banco do Brasil de comprar bancos públicos (Nossa Caixa).

SOBRE A SUCESSÃO no Senado, fala o senador Gerson Camata (PMDB-ES): "O Tião Viana não pode ser condenado por suas virtudes".

ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e correspondentes