Título: CEF e BB vão se limitar à compra de bancos privados
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 31/10/2008, Economia, p. 27

Serra e Arruda negociavam vendas da Nossa Caixa e BRB

Patrícia Duarte e Cristiane Jungblut

BRASÍLIA. A fim de garantir a aprovação da medida provisória 443, que dá ao Banco do Brasil (BB) e à Caixa Econômica Federal (CEF) liberdade para comprar outras instituições financeiras sem leilão e autorização prévia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, que o governo aceita limitar essa ação à compra de bancos privados.

A oposição tem insistido que seja proibida a aquisição de outros bancos públicos, apesar de os governadores de São Paulo, José Serra, e do Distrito Federal, José Roberto Arruda, já terem iniciado conversas com o BB para vender, respectivamente, a Nossa Caixa e o BRB. PSDB e DEM temem que o governo do PT aproveite para fazer uma estatização do sistema financeiro.

O governo já havia concordado com a limitação do prazo para a "carta branca" da MP.

- Podemos eliminar esse artigo (que libera a compra de bancos públicos). Nosso objetivo é dar liquidez aos bancos que precisam - disse Mantega.

Por sete horas na CAE, Mantega respondeu a perguntas dos senadores e defendeu a criação do Fundo Soberano. Mostrou irritação quando o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) citou a coluna de ontem de Míriam Leitão, com o título "Fundo caduco", contra a proposta. Mantega argumentou que já explicou várias vezes à colunista e a outros jornalistas que seu objetivo é criar uma poupança para o governo.

- Quem está com idéias caducas é a Míriam Leitão.

Mantega explicou que não costuma ler as colunas de Míriam Leitão e prefere ler o jornalista Ribamar Oliveira, de "O Estado de S.Paulo" e o colunista do GLOBO George Vidor.