Título: Governo refaz as contas para 2009
Autor: Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 31/10/2008, Economia, p. 28

Equipe já prevê, informalmente, crescimento abaixo de 4% no ano

Cristiane Jungblut, Luiza Damé e Patrícia Duarte

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O governo começou a ensaiar ontem uma projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 inferior aos 4% que, informalmente, definiu como teto. Em eventos diferentes, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiram essa possibilidade, embora tentando transmitir confiança no ritmo da atividade econômica futura. Mantega disse ainda que a arrecadação de impostos federais pode desacelerar.

Paulo Bernardo, porém, afirmou que um cenário menos otimista não "dá ensejo para nós termos que fazer uma grande mudança" na programação de arrecadação, gastos, investimentos e demais indicadores, como geração de emprego e renda:

- Todos dizem que provavelmente vamos ter menos crescimento (em 2009 por causa da crise), mas ninguém consegue calcular. Os números são completamente diferenciados. Tem gente falando de 2,5% a 3,8%. O próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) falou em 3,7%. Eu acho que vamos ficar perto dos 4%, talvez um pouco menos - afirmou Paulo Bernardo, após participar do balanço do PAC.

Perguntado pela oposição durante depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, se manteria suas previsões de crescimento para 2009 - a oficial é de 4,5% -, Mantega disse que sim, mas que a avaliação é constante:

- Ainda mantenho a projeção de crescimento de 4% ou 4,5%, mas estou observando. Ainda dá para perseguir esses índices de crescimento. Agora, a situação ficou um pouco mais difícil. Mas prefiro aguardar.

A General Motors (GM) anunciou ontem que dará férias coletivas para os empregados das suas fábricas de São Caetano do Sul (ABC paulista) e Gravataí (RS). A medida vai atingir 10.200 funcionários, que deixarão de produzir cerca de 38 mil automóveis.

COLABOROU Lino Rodrigues