Título: Eduardo Paes
Autor: Menezes, Maia
Fonte: O Globo, 26/10/2008, O País, p. 12

Era o primeiro sábado como ex-quase-candidato. Preterido por imposição do governador Sérgio Cabral antes do começo oficial da campanha, Eduardo Paes, ato automático, acordou às 6h da manhã e rumou para a rua, atrás do afago dos eleitores. Foi alertado pela mulher, Cristine Paes, sobre a inutilidade do gesto - "Você vai para onde? Não é mais candidato". Mas com Paes sempre foi assim: desde os 22 anos - quando deixou de ser jovem e se tornou político, como diz - nunca agiu diferente.

- Eu não consigo ficar sem essa adrenalina. Sempre fui intenso - diz Paes, depois novamente escolhido por Cabral e pelo PMDB para concorrer à prefeitura.

E ilustra a auto-análise com uma história de seus 18 anos: Duda, aspirante a cantor, embalado pelos elogios de uma professora de violão, decidiu subir ao palco. Exposto ao público, no Planetário da Gávea, foi três vezes advertido pela companheira de palco, que o acompanhava ao violão, de que estava fora do tom. Tentava interpretar "That"s what friends are for", sucesso do americano Stevie Wonder.

- Lotei o teatro Planetário. Levei pai, avó, mãe, tia, todo mundo. Quando ela me interrompeu a quarta vez, eu nem pensei: zuni o microfone na cara dela. E saí do palco. Foi o maior mico que já paguei na minha vida. O povo começou a gritar: parou por quê? Por que parou? Eduardo, Eduardo! Aí eu desisti da minha carreira de cantor. É uma frustração na minha vida - diz Paes.

Cinco anos depois, fez um dueto de pagode com o amigo Pedro Paulo, deputado tucano, numa boate do Baixo Gávea, na Zona Sul. Já era vereador aos 27 anos, com a maior votação do Brasil em 1996. A veia musical não o abandonou, lembram os amigos. Herança dos tempos em que era "um cara de agito, de badalo", pautado pela agenda de micaretas de Salvador, na Bahia.

- Ele acordava a gente cedo, com Osvaldo Montenegro - lembra Márcia Lins, secretária de Esporte e Lazer, ex-assessora, que morou com ele em Brasília por nove meses, no primeiro mandato de deputado, e o conhece há 16 anos.

O toque de despertar era um refresco para driblar a rotina rígida.

- Ele sempre marcou reunião às 7h de segunda-feira - conta o amigo Luiz Antônio Guaraná, vereador reeleito pelo PSDB.

Metódico até nos quesitos que escapam ao racional, o candidato não sai de casa sem a correntinha de proteção que ganhou de presente da mulher. Na sexta-feira, ao se preparar para fazer as fotos para O GLOBO na Praia da Reserva, na Barra da Tijuca, percebeu que saíra de casa sem o patuá e pediu a um dos assessores que o resgatasse. Na van, uma espécie de hotel ambulante, carrega um terço e um santinho de Nossa Senhora Aparecida.

Até esbarrar com a política, Duda era mais um garoto criado na Zona Sul do Rio, levado pela onda de uma amizade: a relação com os dois filhos do prefeito Cesar Maia. Por Rodrigo e Daniela Maia foi apresentado ao guru, então deputado federal . Atraído pelo pragmatismo de Cesar, Eduardo Paes arregaçou as mangas do casaquinho, marca da gestão do então aliado, e engatinhou a passos largos no projeto que pode levá-lo hoje à prefeitura.

Cesar é lacônico ao falar do adversário visceral. Convocado a dizer uma frase sobre Paes, foi frio:

- O DEM decidiu que devo ser magistrado neste segundo turno em manifestações públicas. Dia 27 estou à disposição.

Livre por instantes da rigidez que o levou a repetir frases inteiras ao longo da campanha, inspiradas, nestas eleições, no repertório de Sérgio Cabral, Paes reconhece a importância de Cesar em sua trajetória. Abusando de gírias e expressões informais, não alivia na descrição do ex-aliado:

- Ele é um cara muito disciplinado. Talvez a gente tenha se aproximado por isso. Mas sou uma pessoa muito mais humana do que Cesar. Uma das maiores dificuldades que tive com ele é que ele não conversa, fala com as pessoas por sinal de fumaça. Sou um cara aberto, não escondo as emoções. Choro fácil, esperneio fácil, rio fácil - define-se.

É à ligação com o prefeito que Paes atribui a instabilidade partidária que se tornou emblema de sua trajetória política. Ele atribui as trocas de legenda à fidelidade ao hoje adversário:

- Todas essas passagens (pelos partidos) foram acompanhando o político que era Cesar Maia. Até 2000, 2001, meu partido era muito Cesar Maia mesmo.

O "cupim de mármore", como define o pai, Walmar Paes, nasceu oficialmente ao assumir o primeiro cargo, ao lado de Cesar. Subprefeito de Jacarepaguá, o jovem, fã de Winston Churchill e Margaret Thatcher inaugurou a estratégia militar que passou a impor aos assessores mais próximos. Hoje, até para a família o tempo é calculado: reserva horário aos domingos. O pai, em período de eleição, só conversa com ele por bilhetinhos, em e-mail ou papel. Paes tem mania de anotar tudo - de pedido de eleitor a atividade de campanha - numa agenda improvisada: uma pedaço de papel que carrega com ele. O jeito centralizador leva os aliados a elogiarem sua "obstinação" e seus adversários a criticarem sua "ambição desmedida".

Todo dia, para Paes, é dia de embate. Até a hora de acordar é parte do método:

- Qual a minha estratégia? Eu me organizo pela manhã, para que, quando as pessoas comecem o dia, eu vá para cima delas e não elas para cima de mim. Eu pauto as pessoas. Em vez de deixar que elas me pautem.

É emblemática a cena presenciada por amigos do Colégio Santo Agostinho, quando era adolescente: Paes em cima de um banquinho, fazendo discurso, durante churrasco de fim de semana.

Incomoda especialmente Paes a cobrança em torno de sua posição sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora aliado. Considera o episódio superado. E continua se irritando com quem insiste em tentar confirmar se de fato mandou carta à primeira-dama Marisa Letícia pedindo desculpas por ter atacado o filho de Lula, o empresário Fábio Luiz Lula da Silva, durante as investigações da CPI dos Correios.

O pai, advogado, "super-conservador, nada engajado, eleitor do Fernando Henrique, do Lula, sempre governo", como define o candidato, elogia a "capacidade de aproximação" e o "fino raciocínio político" do filho. Mas faz uma ressalva:

- Ele é uma pessoa de extrema boa-fé. É muito importante que seja iluminado na hora de escolher os colaboradores mais próximos. Que saiba separar o joio do trigo, porque as proximidade às vezes são perigosas. Sempre digo a ele: cuidado com as lisonjas.

Valmar também apela ao filho para que inclua na programação diária uma incursão por academias de ginástica. Paes se desconcerta com a flagrante falta de zelo com a saúde. Nunca fez exercício físico:

- É uma vergonha.

Sacudindo na van de campanha, que se tornou uma extensão de sua casa, Paes comemora pelo menos um avanço: há sete meses, decidiu mais uma vez parar de fumar. Agora, com o reforço do Champix, que reduz os efeitos da abstinência ao cigarro.

- Melhora tudo, o paladar, a mulher fica mais feliz.

A primeira reação a perguntas prosaicas como "quando foram suas últimas férias?" ou "qual foi a última vez em que foi ao cinema?" é o silêncio. A resposta para a primeira questão vem segundos depois:

- Eu quase nunca tiro férias. Mas, se fico no Rio, vou trabalhar.

Bacharel em direito pela PUC, ex-estagiário do escritório Gouvêa Vieira, Paes diz que a profissão enriqueceu ex-colegas. Mas não vê vantagens:

- Acho a vida dessa gente entediante. Seria o cara mais frustrado do mundo se tivesse que viver como vive a maior parte dos meus amigos.

Ao cinema, diz sem certeza, foi "este ano" com o filho mais velho, Bernardo, de 4 anos, assistir a "Speed Racer".

Novo amigo de infância, Sérgio Cabral, além de inspirar frases e atitudes, está tentando criar uma versão menos militar de Paes:

- Por que minha mulher é apaixonada pelo Sérgio Cabral? Sérgio trabalha para cacete, mas tem o espaço para vida dele. É o cara que mais me perturba: "dá um tempo para Cris e as crianças". Acho que ele me amoleceu um pouco.

O caráter político do candidato, moldado pela aproximação, primeiro com Cesar, depois com Cabral, recebeu ainda pinceladas teóricas de pensadores como Jules Mazarin, cardeal francês do século XVII. O "Breviário dos políticos", sobre a arte de ser alçado ao poder e de se manter nele, era leitura preferida do então subprefeito de Jacarepaguá. Presente dado pelo pai, Valmar Paes. Num dos trechos do livro de cabeceira, a síntese do pragmatismo: "Simula, dissimula. Mostra-te amigo de todo mundo, conversa com todo mundo, inclusive com aqueles que odeias; eles te ensinarão a circunspecção. De qualquer modo, esconde tuas cóleras, pois um só acesso prejudicará o teu renome, em proporções muito maiores do que a capacidade de te embelezar de todas as tuas virtudes reunidas". Paes atualiza a estratégia:

- Não me deixo escapar um milímetro. Fico zeloso mesmo. Não estou conversando à vontade com qualquer um, não. Sob o ponto de vista da imagem, estou querendo sair vivo desse processo. Há pessoas querendo me pintar como se eu fosse o capeta - desabafa, dentro de sua van, no percurso entre o Restaurante Lamas, no Flamengo, e o Pólo de Cinema, onde gravaria o horário eleitoral, depois de 15 horas de agenda ininterrupta.

Há 15 anos ele só pensa naquilo - a cadeira de prefeito. Por ela já fez quase tudo: foi governo, oposição e mudou de partido em média a cada três anos de vida adulta, sorvendo de maneira pragmática uma sopa de idéias e consoantes partidárias (PV, PFL, PTB, PSDB e, atualmente, PMDB).

Hoje à noite, Eduardo da Costa Paes descobrirá se conseguiu convencer a maioria dos 4,5 milhões de eleitores do Rio. Mas, qualquer que seja o resultado das urnas, ele irá dormir sem ter desvendado um mistério que o intriga há pelo menos 140 noites:

- Sinceramente, não sei o que aconteceu - confessa, ao se referir à mudança de percepção dos eleitores.

Paes imaginara moldar sua imagem como a de um jovem de 38 anos capaz de "representar uma geração que não quer e nem vai ficar olhando para trás, e lamentando a perda de um passado bom no Rio por incompetência nossa". É como ele se vê no espelho da política.

Deu errado, admite. Do confronto com um adversário de outra geração (Fernando Gabeira, 67 anos), ele emergiu com o retrato oposto - produto novo da arcaica linha de montagem que há tempos tem a hegemonia na política fluminense.

- Só a sociologia explica - ironiza, com a testa franzida e um sorriso quase juvenil.

As razões podem estar na gênese de sua candidatura e no espectro de aliados locais que fizeram de Paes um candidato singular, levando-o a viver numa montanha russa emocional durante os últimos 12 meses: foi ungido pré-candidato, depois vetado pelo próprio partido - em público e com humilhação -, até que, por manobras do destino, acabou surpreendido numa improvisada sagração de candidatura.

Sua história nesta eleição se confunde com a guerra de bastidores pelo domínio do PMDB fluminense, até o primeiro turno líder em metade do mercado eleitoral do estado, onde há 11,2 milhões de votos disponíveis. Os protagonistas dessa luta são o governador Sérgio Cabral, o presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani, e o ex-governador Anthony Garotinho.

A aposta nas urnas, hoje, transcende a idéia fixa de Paes de ser prefeito do Rio. O resultado pode limitar a ambição política de Cabral. Deve provocar mudanças na estrutura de poder estadual, com reflexos no secretariado, e, ainda, deflagrar uma nova etapa do confronto dentro do PMDB fluminense.

O conflito emergiu há pouco mais de um ano, logo depois dos Jogos Pan-Americanos. Cabral desembarcara no Palácio das Laranjeiras, oito meses antes, a bordo de 5,1 milhões de votos - 68% do total e com recorde de 88% da votação em municípios como Japeri, na Região Metropolitana. Sedimentara o prestígio eleitoral em uma aliança com o presidente Lula.

Impressionado com a diligência executiva do seu secretário de Esportes, o governador resolveu testar sua autoridade sobre o partido anunciando a filiação de Paes, na condição de pré-candidato em uma imaginária chapa com o PT de Lula.

O deputado Jorge Picciani, presidente da Assembléia, e o ex-governador Garotinho, sócios ocultos da vitória de Cabral, reagiram. Negociavam um acordo eleitoral com o DEM (ex-PFL) do prefeito Cesar Maia para candidatos em 52 municípios, inclusive o Rio. Maia não aceitaria Paes. Picciani e Garotinho não aceitariam imposições de Cabral.

No último domingo de agosto de 2007, Cabral recebeu Picciani para um almoço em seu apartamento no Leblon. Foi uma conversa dura, com o deputado ameaçando intervenção no diretório municipal, onde Cabral detinha 27 dos 45 votos:

- Você leva o Paes, e eu vou impugná-lo no dia seguinte.

Durante o mês seguinte, Cabral enfrentou Picciani, isolou Garotinho e forçou a filiação de Paes. Derrotou-os no primeiro lance desse jogo de poder.

Passaram-se cinco semanas até que, no dia 6 de novembro, Picciani e Garotinho emboscaram Cabral. Na tarde daquela quarta-feira, o governador e o deputado repassaram três décadas de aliança. Expuseram mágoas e acertaram um recuo simultâneo - Paes continuaria filiado ao PMDB e, em troca, Cabral entregaria a Picciani todas as posições-chave que detinha na cúpula municipal do partido. Quando o deputado saiu, Paes entrou. São unânimes os relatos sobre um pôr-do-sol de melancolia e olhos marejados no Palácio das Laranjeiras.

No dia seguinte, anunciou-se a renúncia de 27 dos 45 integrantes da executiva municipal - exatamente aqueles que haviam votado pela filiação de Paes. Cabral perdera o controle do partido. Em público, Garotinho humilhava: "Paes agora vai ser candidato avulso?"

Quando 2008 começou, o acordo com o partido de Cesar Maia remanchava. Cabral não aceitava a derrota. Num encontro com Lula, em janeiro, o governador pôs na mesa a idéia de uma composição PT-PMDB, acenando com Paes na posição de candidato a vice. A situação incomodava Lula, cuja lembrança de Paes era a de um carrasco de CPI dedicado a atacar um de seus filhos na crise do mensalão. A primeira-dama, Marisa Letícia, não o deixava esquecer.

Pragmático, Lula aceitou a idéia do governador. Mas, dessa vez, quem recusou foi Paes, alegando falta de condições emocionais diante do risco de um novo veto.

Foram dois meses de negociações nos dois partidos até o anúncio de um acordo com o PT na liderança de uma coligação para o Rio, com Alessandro Molon, e mais três dezenas de municípios. Picciani arrostou a "arrogância" de Cabral, porque antevia benefícios nas urnas.

O resultado abria perspectivas de mútuos dividendos políticos, num ensaio para a eleição de 2010. Picciani sonha com uma cadeira no Senado. E Cabral sorri toda vez que ouve falar da vice-presidência em aliança para a sucessão do presidente Lula. Amargo, o ex-governador procurou dirigentes petistas: "Sabem quanto vale a palavra de Sérgio Cabral? Uma nota de 15 reais. Isto é, nada."

Na manhã de quarta-feira, 4 de junho, Cabral atendeu um telefonema de Picciani na suíte de um hotel em Atenas, onde promovia o Rio como uma das cidades candidatas a sediar as Olimpíadas de 2016.

A aliança com o PT naufragava em exigências contra o PMDB em 11 cidades-chave, em especial quatro delas (Volta Redonda, Angra dos Reis, Queimados e Rio das Ostras), o que atingia diretamente interesses de Picciani e de Cabral. O deputado queria romper o acordo e lançar Paes no Rio. Cabral pediu alguns minutos para falar com Lula, enquanto sua mulher, Adriana, procurava Paes no hotel.

Lula aceitou rifar "esse Molon", como sempre se referia ao virtual candidato do PT. Pela terceira vez em uma década, Lula sacrificava o PT no Rio - primeiro, foi Vladimir Palmeira, depois Benedita da Silva, nas duas ocasiões para apoiar Garotinho. Agora era Paes, um de seus algozes no caso do mensalão.

Por volta de meio-dia, no Rio, a cúpula do PT estadual entrou no gabinete na presidência da Assembléia Legislativa. Na reunião, as gargantas secaram e o café ficou amargo à medida que o corpulento deputado Picciani desfiava seu rosário de queixas sobre a ação pré-eleitoral do PT no interior. O pescoço sobrava-lhe sobre o nó da gravata ao anunciar o fim da aliança e a candidatura de Paes no Rio.

- Não pode, ele não se desincompatibilizou - tentou argumentar Sebastião Alberes, presidente municipal do PT, que mais tarde registrou em cartório uma espécie de ata. Picciani, escreveu Alberes, "sustentou que mandaria rodar Diário Oficial com data retroativa, exonerando o então secretário Eduardo Paes". O deputado nega.

Em Atenas, Paes assistia incrédulo à reviravolta. Mais difícil para ele foi disfarçar a euforia no jantar de comemoração da comitiva brasileira. Inesquecível, conta:

- Era um fim de tarde maravilhoso, num restaurante aos pés da Acrópole...

Estavam o governador, ministros, dirigentes olímpicos e o prefeito Cesar Maia, sentado ao lado dele. Os dois iniciaram uma degustação de cervejas gregas - "aliás, muito ruins". Cesar falou sobre eleições, PMDB e lealdades na política. Mencionou a "entrega" da cabeça do então candidato pelo PMDB. Paes conteve a ira da mulher, Cristine. Na manhã seguinte, Cesar foi surpreendido pelo anúncio da candidatura de Paes, com aval de Lula.

Hoje, Paes e Cabral apostam seu futuro. O governador Cabral perdeu o controle do partido e a eleição em Niterói, São Gonçalo, Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Magé, entre outras cidades onde o PMDB detinha a hegemonia. A eventual derrota no Rio teria a dimensão de um desastre político, e o partido ficaria restrito a um terço dos votos no estado - metade do obtido na última eleição. Essa é uma das razões que fizeram Picciani, descendente de árabes e italianos, a recorrer na quinta-feira ao Pai Renato de Obaluaiê, num remoto terreiro de candomblé em Bonsucesso.