Título: As difíceis negociações de fronteira
Autor: Azedo, Luiz Carlos
Fonte: Correio Braziliense, 07/03/2009, Política, p. 3

Ainda estão guardados a sete chaves nos arquivos do Itamaraty os segredos diplomáticos, principalmente as conversações que resultaram nos acordos com os vizinhos Paraguai e Bolívia.

Os documentos mais secretos do Estado brasileiro não são os relatórios dos órgãos de repressão do regime militar, como os da Guerrilha do Araguaia, da infiltração nos centros de treinamento de guerrilhas em Cuba ou do desmantelamento do Comitê Central do PCB, supostamente destruídos pelas Forças Armadas, mas os arquivos secretos do Itaramarty sobre as negociações para a consolidação das fronteiras brasileiras, que hoje são reconhecidas internacionalmente e por todos os vizinhos. Nem mesmo os documentos relativos à Operação Condor, uma ação coordenada de repressão nos países sulamericanos, são tão importantes como os detalhes das negociações que resultaram nos acordos de fronteira. Principalmente com o Paraguai e a Bolívia.

Essas negociações começaram após a Independência e se arrastaram por todo o Império. Só foram concluídas nos primeiros anos da República, depois de muitos litígios, conflitos e guerras. O grande artífice da consolidação das fronteiras foi o chanceler José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. Graças a ele, o país vive em paz com os vizinhos que tiveram parcelas de seu território anexadas pelo Brasil.