Título: Manifesto pró-Dilma
Autor: Azedo, Luiz Carlos
Fonte: Correio Braziliense, 07/03/2009, Política, p. 5

Grupo de petistas ligados a Marta Suplicy lança hoje, na Câmara Municipal de SP, documento em apoio à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil à Presidência

PT vem fazendo atividades para dar visibilidade à ministra (d), como o jantar oferecido por Marta (c) em fevereiro O grupo de Marta Suplicy em São Paulo resolveu sair na frente na campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a presidente da República. Em encontro programado para hoje, na Câmara Municipal, lançará um manifesto de apoio à ministra intitulado ¿Unidade pela vitória em 2010¿ no qual propõe que todas as alianças regionais do partido fiquem subordinadas à candidatura de Dilma. ¿A meta de manter a Presidência deve subordinar todos os demais interesses eleitorais de nosso partido, particularmente no campo da política de alianças, a qual deverá voltar-se também para a formação de uma boa equipe de candidatos a governador firmemente compromissados com o nosso projeto de governo federal¿, justifica.

Participarão do encontro outras lideranças importantes do PT que não participam do grupo, como o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, do chamado Campo Majoritário. Também estarão no encontro os ex-prefeitos de Belo Horizonte Fernando Pimentel e de Recife João Paulo, ambos engajados na tarefa de consolidar a candidatura da ministra nas bases do partido, a pedido do presidente Lula. ¿A candidatura de Dilma é uma garantia de que não haverá retrocesso nas conquistas dos dois últimos anos. Será a primeira eleição disputada pelo PT sem Lula como candidato, o que aumenta a nossa responsabilidade¿, afirma o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), um dos organizadores do encontro.

O grupo ¿Um Novo Rumo para o PT¿ é hegemônico na Capital paulista, principalmente por causa da força eleitoral dos irmãos Tato, e controla 30% da direção da legenda em São Paulo. O engajamento imediato na campanha de Dilma fortalece o grupo na armação do palanque da legenda no estado, onde o PT não tem uma candidatura natural. A derrota nas eleições municipais passadas afastou a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci ainda não conseguiu se livrar dos processos judiciais que pesam contra ele. E Mercadante também amarga o prejuízo da derrota para o governador José Serra (PSDB), em 2006. Quem emerge como possível candidato a governador do PT é o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, que tem amplo apoio no meio sindical e a simpatia do grupo de Marta.

Polarização No manifesto a ser lançado hoje, o grupo aposta na polarização estatização versus privatização como eixo da campanha em 2010. ¿Recuperar o papel do Estado como indutor do desenvolvimento nacional, a exemplo do que vimos fazendo, é um ganho diante da maré privatista até há pouco avassaladora¿, afirma. Depois de comemorar a falência do discurso neoliberal, o documento sustenta que é preciso assegurar a continuidade e concretização das medidas que o governo Lula vem adotando para enfrentar a crise. E bate duro nos líderes de oposição ¿ávidos para retomar o poder e recuperar privilégios¿.

Pelo menos dois parágrafos são dedicados à imprensa, que é acusada de partidarização: ¿A cumplicidade da mídia, sua ação manipuladora, sua função como partido político `informal¿ representam, a nosso ver, um imenso obstáculo a transpor. O fato de haver fracassado em 2006, longe de intimidá-la, parece incentivá-la ao revide¿.

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Da Redação Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr - 19/1/09 Ministro do Trabalho foi reconduzido à presidência do PDT

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi eleito ontem, pela terceira vez, presidente do PDT. Ele comandará o partido nos próximos dois anos. Para evitar problemas com a Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, Lupi avisou que continuará afastado do comando da sigla, que ficará a cargo de dois vice-presidentes: o deputado Vieira da Cunha (RS) e o ex-deputado Wagner Lago. Lupi assumiu o PDT em 2004, depois da morte de Leonel Brizola. Em 2007, a Comissão de Ética Pública recomendou que optasse entre a presidência da legenda e o ministério.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta em Lupi para atrair o PDT à chapa que será encabeçada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na eleição presidencial em 2010. Por enquanto, os trabalhistas não estão alinhados à ¿mãe do PAC¿. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), por exemplo, já manifestou interesse em disputar a sucessão de Lula. Além disso, deputados e senadores do partido estudam a possibilidade de apoiar a eventual candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Planalto. PDT e PSB são hoje parceiros no chamado Bloco de Esquerda do Congresso.