Título: Manaus: vitória de Amazonino sobre prefeito
Autor: Garrone, Raimundo
Fonte: O Globo, 27/10/2008, O País, p. 28

Petebista ganha com 57,14%; Corrêa foi o único a disputar reeleição e perder em segundo turno.

BRASÍLIA. Recuperando-se da derrota em 2004, o ex-governador Amazonino Mendes (PTB) foi eleito ontem prefeito de Manaus, com 57,14% dos votos válidos. Computados 99,85% do eleitorado, Amazonino tinha 494.859 votos, contra 371.238 do adversário, o prefeito Serafim Corrêa (PSB), que reuniu na sua coligação DEM e PSDB. Corrêa foi o único prefeito que disputou a reeleição em segundo turno e foi derrotado. Em 2004, vencera no segundo turno por 25 mil votos de vantagem.

A eleição em Manaus representou a derrota do governador Eduardo Braga (PMDB) e do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que apoiaram Omar Aziz, do PMN. Vice-governador do Amazonas, Aziz tinha o apoio do PMDB e do PR, mas ficou em terceiro lugar, com 153.071 votos, 17,56% do total. Quem também sai derrotado é o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), aliado de Corrêa.

No segundo turno, tanto o governador como o ministro não declararam apoio a nenhum dos dois candidatos. Aziz manifestou-se pró-Amazonino, mas não subiu no palanque eleitoral do candidato. O PT - cujo candidato, Francisco Praciano, ficou em quarto lugar no primeiro turno - optou por Corrêa, mas não se engajou na campanha.

No segundo turno, o apoio do presidente Lula foi disputado pelos dois candidatos. Embora ambos sejam da base aliada do Planalto, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, tinha nítida preferência pelo correligionário do PTB, alegando que ele é mais governista que Corrêa, porque este tinha o apoio do DEM e do PSDB.

Na campanha, Corrêa procurou vincular Amazonino à oligarquia política do estado. Amazonino, por sua vez, concentrou suas críticas no estilo de administrar do adversário, dizendo que foi lento e improvisado. No primeiro turno, Amazonino teve 46,21% dos votos válidos e Corrêa, 23%.

TRE chegou a cassar candidatura de Amazonino

A candidatura de Amazonino chegou a ser cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sob alegação de que ele não pagara multas de propaganda irregular nas eleições para o governo, em 2006. O próprio TRE mudou a decisão e manteve a candidatura.

Este será o terceiro mandato de Amazonino como prefeito de Manaus. Antes, ele cumpriu mandato de prefeito entre 1983 e 1986 e de 1993 a 1994, quando deixou o cargo para disputar o governo do estado, sendo eleito para dois mandatos consecutivos. Amazonino foi eleito governador do Amazonas pela primeiro vez em 1986, na onda do Plano Cruzado, no governo do então presidente José Sarney.