Título: Para equipe, 'superbanco' dá mais solidez
Autor: Oliveira, Germano
Fonte: O Globo, 04/11/2008, Economia, p. 24

Mantega e Meirelles apostam ainda que negócio ajudará a elevar crédito

BRASÍLIA.O anúncio da fusão entre o Itaú e o Unibanco foi comemorado pela equipe econômica do governo, que afinou o discurso em conversa ainda na noite de domingo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ontem, Mantega e Meirelles avaliaram que a criação do "superbanco" dá mais solidez ao sistema financeiro nacional e deve contribuir para a retomada dos níveis de crédito no país, que estão abaixo do normal desde o agravamento da crise mundial, em meados de setembro.

- A fusão vem solidificar os dois bancos. É normal que em um momento de turbulência, de problemas internacionais no setor financeiro, você tenha um movimento de fusões. Como são dois bancos tradicionais, sólidos, que têm atuação importante para a atividade econômica, acredito que é um fato importante este momento em que eles se unem, de modo a continuar cumprindo o papel de liberar crédito - afirmou Mantega.

Meirelles avaliou o negócio da mesma forma:

- Com referência à fusão, o BC entende que se trata de uma iniciativa que contribui para o fortalecimento do sistema financeiro nacional na atual conjuntura do mercado financeiro internacional - limitou-se a dizer o presidente do BC, por meio de sua assessoria de imprensa.

Mantega afirmou ainda que o novo banco já nasce como um dos maiores do mundo e que isso vai ampliar o mercado de crédito do país. A atual restrição de empréstimos e financiamentos que o Brasil atravessa é o principal impacto da crise financeira mundial no país, segundo análise do governo.

- Acho que (a fusão) favorece isso (o destravamento do crédito no Brasil), na medida em que fortalece as instituições, embora elas já sejam fortes, conhecidas, tradicionais, vão ter um poderio financeiro maior.

Apesar de considerar normal que em períodos de crise ocorram fusões e aquisições, Mantega não espera grandes mudanças no mercado:

- Nestes momentos em que você tem certo recuo da liquidez e algumas dificuldades, pode ter (mais fusões), mas acredito que o cenário bancário vai ficar mais ou menos como está. Temos de dez a 15 bancos relevantes, depois outros menores que também cumprem uma determinada função. Vai mudar um pouco, mas não muito, pois já é um setor concentrado. O importante é que esta concentração fortalece o sistema financeiro.

SETÚBAL: "ESSE NEGÓCIO É IRREVERSÍVEL, NÃO TEM VOLTA" na página 27