Título: Expansão acelerada de motos eleva mortes de 300 para 7 mil em 16 anos
Autor:
Fonte: O Globo, 07/11/2008, O País, p. 10
Acidentes fatais aumentaram nos municípios com menos de cem mil habitantes.
BRASÍLIA. A expansão do número de motocicletas em todo o país provocou aumento das estatísticas de acidentes de trânsito. Apesar de aparecer apenas como a quarta causa de falecimento entre os acidentes, o número de motoqueiros mortos no país saltou de 300 em 1990 para 7.000 em 2006. O Ministério da Saúde alerta para o crescente aumento de risco de acidentes entre os motociclistas em todas as regiões do país. O relatório Saúde Brasil 2007 mostra ainda que, a partir de 1998, a incidência de acidentes fatais se desloca dos grandes centros urbanos para os municípios menores: subiu do número de acidentes com motos em cidades com menos de cem mil habitantes no Sul, Centro-Oeste e Nordeste.
- Hoje adquire-se uma moto com muita facilidade. Além disso, há uma precarização do trabalho e o desemprego, que criaram profissões como os motoboys - observa Marta Silva, da Coordenação de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Em 2006, o trânsito matou 35.155 brasileiros. As maiores vítimas são os homens (82%). O atropelamento de pedestres aparece como a principal fatalidade no trânsito. Há dois anos, 9.812 pessoas morreram assim, 27,9% dos óbitos por Acidente de Transporte Terrestre (ATT). Causas indeterminadas respondem por 23%. Em terceiro aparecem ocupantes de veículo (motoristas e caronas): 7.399 mortes, 21% por acidente.
As regiões com maior incidência de fatalidades no trânsito são Sul, Centro-Oeste e Nordeste. Consideradas as cinco regiões, os acidentes responderam por 15% das internações.