Título: CDN venderá imagem do país lá fora
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 14/11/2008, O País, p. 8

Empresa venceu licitação e assinará contrato de R$15 milhões com governo federal

Luiza Damé

BRASÍLIA. A Companhia da Notícia (CDN) venceu a licitação do governo federal para escolha da agência que venderá a imagem do Brasil no exterior, preferencialmente nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. O contrato, que deverá ser assinado nos próximos dias, é de R$15 milhões, nos primeiros doze meses de vigência, e poderá ser renovado por até 60 meses. O prazo de recursos se encerrou ontem e nenhuma das empresas derrotadas recorreu da decisão, publicada no Diário Oficial da União, na semana passada.

A expectativa do fundador e presidente da CDN, João Rodarte, é que o contrato seja assinado no próximo mês.

- Vamos iniciar o planejamento efetivo do trabalho. Para a licitação, fizemos simulações. Estamos orgulhosos, mas sabemos que o desafio é grande.

A CDN vai trabalhar em parceria com a americana Fleishman-Hillard, empresa de comunicação e marketing. A previsão é que pelo menos 50 pessoas atuem no projeto, no Brasil e no exterior. Para participar da concorrência, a CDN fez um investimento de R$300 mil.

Desde a primeira etapa da licitação, a CDN ficou em primeiro lugar. Na fase de análise das propostas técnicas, a empresa teve 147,27 pontos (o teto máximo era 158 pontos). Também se classificaram para a fase de preços a Publicom, a FSB, a Burson-Marsteller e a Santa Fé. A CDN apresentou o melhor preço.

A idéia de contratação de uma empresa para cuidar da imagem do país no exterior começou a ser formatada pela Secom no ano passado, mas ganhou corpo com o agravamento da crise internacional.

A avaliação no governo é que com esse trabalho será possível mostrar a solidez da economia brasileira e atrair investimentos estrangeiros no país. A princípio, setores do Itamaraty reagiram à idéia, argumentando que esse trabalho já é feito pelas embaixadas brasileiras no exterior.

O grupo CDN foi criado em 1987 e teve grande atuação no governo Fernando Henrique Cardoso. O grupo reúne sete empresas, com 200 profissionais e escritórios em São Paulo, Rio e Brasília, além de uma rede de colaboradores em todo o país.

No próximo dia 21 de novembro, a Secom vai abrir as propostas de habilitação das empresas de comunicação digital para prestar serviços de planejamento, concepção, desenvolvimento, implementação e atualização do portal e sítios da Presidência da República. A vencedora será responsável pela criação do novo portal na internet para a promoção da imagem do Brasil no exterior e pela reformulação do portal do governo (www.brasil.gov.br). O valor estimado do contrato é R$11,1 milhões para 12 meses.