Título: Proporção de idosos cresce, e a de bebês cai
Autor: Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 09/11/2008, O País, p. 12

Adultos jovens são maioria em emergências, mas morte na 3ª idade já alcança 52,2%.

BRASÍLIA. Em 2005, os adultos de 20 a 59 anos responderam pela maioria dos atendimentos nas emergências dos hospitais, em conseqüência de acidentes de trânsito. Foram 69,3% dos 10.348 casos.

- O Brasil ainda tem alta taxa de morte prematura. Isso acontece principalmente pela alta incidência de doenças crônicas e a violência - diz Otaliba Libânio, do Ministério da Saúde.

Mas os falecimentos na terceira idade cresceram em todas as regiões no período de 1996 a 2005. No Centro-Oeste, houve o maior registro na expectativa de vida. Em 1996, 45,3% das mortes ocorriam na terceira idade. Em 2005, essa porcentagem passou para 52,2%, um aumento de 15,2% no período. O Norte registrou um aumento de 11,8%, o Nordeste, de 8,1%, o Sudeste, de 13,5% e o Sul, de 8,1%.

A mudança indica que a população brasileira caminha rapidamente para o perfil demográfico registrado em países da Europa, acredita Libânio.

- A proporção de idosos aumenta e a de crianças menores de 1 ano diminui. A ampliação da urbanização e do acesso a saneamento, alimentação e serviços de saúde gerou um aumento da expectativa de vida do brasileiro - diz, completando que o número de nascimentos caiu.

Segundo Libânio, o governo terá que priorizar políticas públicas voltadas para esse novo perfil populacional. Entre os homens, o número de mortes após os 60 anos cresceu 16,7 pontos percentuais entre 1980 e 2005. Em 80, apenas 35,7% dos brasileiros homens chegavam à terceira idade.

Em 2005, 52,4% morreram após os 60 anos. Homens e mulheres de terceira idade são o grupo com maior risco de morte por atropelamento. (C. A.)