Título: Gastos na mira do MPF
Autor: Araújo, Vera
Fonte: O Globo, 11/11/2008, O País, p. 4

Satiagraha teria custado R$400 mil.

SÃO PAULO. O Ministério Público Federal diz que a PF sonegou informações sobre os gastos da Operação Satiagraha. Em depoimento à CPI do Grampo, o chefe da Divisão de Inteligência da PF, Daniel Lorenz de Azevedo, disse que o delegado Protógenes Queiroz gastou R$400 mil. Isso, segundo Lorenz, derrubaria a afirmação de Protógenes de que a investigação teria sido boicotada pela cúpula da PF quando investigava Daniel Dantas.

O MPF quer saber se o recurso realmente foi liberado e qual foi o destino do dinheiro, mas a PF se recusa a passar as informações. O argumento é que isso prejudicaria a investigação. Em resposta, o MPF foi contrário aos pedidos de busca, apreensão e interceptações telefônicas feitos pelos delegados que participam da Operação G, para apurar o vazamento.

- Por meio dos gastos, é possível saber quem trabalhou na investigação e quem pode ter vazado as informações - disse uma fonte do MPF.

No material entregue ao MPF existe apenas um recibo de R$5 mil. Entre os que receberam dinheiro para participar da Satiagraha está o araponga aposentado Francisco Ambrósio do Nascimento, ex-funcionário do SNI. O MPF estuda abrir uma investigação sobre irregularidades cometidas pelos policiais que conduzem a Operação G, criada para apurar irregularidades na Satiagraha. O motivo é a suposta quebra ilegal de telefones de jornalistas da TV Globo.