Título: Novo corregedor da PF atua no Rio
Autor: Araújo, Vera
Fonte: O Globo, 11/11/2008, O País, p. 4

Valdinho Jacinto Caetano prendeu Álvaro Lins e Carminha Jerominho.

RIO e BRASÍLIA. O ministro da Justiça, Tarso Genro, confirmou ontem que o novo corregedor-geral da PF será o atual superintendente na PF no Rio, delegado Valdinho Jacinto Caetano. Tarso confirmou que ele e Caetano conversaram sobre a indicação ontem, no Rio.

- Só falta agora bater o martelo - disse o ministro.

Botafoguense, o delegado assume o novo posto num dos momentos de maior crise interna da Polícia Federal. Sua maior herança será administrar os conflitos internos provocados durante a investigação da corregedoria contra o delegado Protógenes Queiroz, acusado de irregularidades na Operação Satiagraha.

Caetano tem 47 anos e nasceu em Presidente Olegário, Minas Gerais. É casado e tem dois filhos. Ele entrou na PF em 1984 como agente. Em 1995, assumiu o cargo de delegado. Atuou nas delegacias de Santos (SP), Ponta Porã (MS), Dourados (MS), Naviraí (MS) e Corumbá (MS). Em Brasília, chefiou a Divisão de Assuntos Políticos e Sociais da Coordenação-Geral de Defesa Institucional. Em fevereiro de 2006, passou a diretor da Academia Nacional de Polícia Federal. Em 2007, foi indicado pelo ex-diretor Paulo Lacerda para a superintendência do Rio.

Durante os quase dois anos que ficou no Rio, Caetano colecionou prisões no andar de cima do crime organizado. Foi sob sua coordenação que foram parar atrás das grades o delegado Álvaro Lins, ex-chefe de Polícia do Rio e ex-deputado estadual, e seus principais assessores da polícia; e a então candidata a vereadora Carminha Jerominho, além de inúmeros policiais federais do Rio acusados de colaborarem com os criminosos.

A indicação de Caetano para substituir o delegado José Ivan Lobato foi bem recebida dentro da corporação. Para delegados ouvidos pelo GLOBO, Caetano sabe conciliar disciplina com flexibilidade, ou seja, seria capaz de conduzir investigações delicadas sem provocar maiores desgastes internos.

- Ele é muito ponderado. - disse o delegado Reinaldo de Almeida Cezar.