Título: Rotina de abusos
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 13/03/2009, Brasil, p. 09

Aborto impedido Uma menina de 11 anos grávida do pai vai dar à luz nos próximos dias em Birigui, a 518km de São Paulo. A mãe da menina não autorizou o aborto alegando questões religiosas e diz que doará a neta por dois motivos: não tem condições de criá-la e não quer se lembrar do ex-marido toda vez que olhar para a criança. A família vive em condições precárias numa casa no Bairro Santo Antônio, na periferia da cidade.

O pai, um cortador de cana de 44 anos, migrante de Alagoas, foi preso em flagrante em 22 de novembro do ano passado depois de confessar o crime. A menina decidiu denunciar o pai à mãe ao descobrir que estava grávida havia dois meses. Segundo ela, que está no oitavo mês de gestação, o pai fazia ameaças caso revelasse os abusos para a mãe.

Na época, o pai, que era separado da mãe, tinha a guarda provisória da menina, de mais um irmão e três irmãs, com idades de 5 a 13 anos, que moravam com ele na mesma casa no Bairro Santo Antônio. A irmã mais velha, de 13 anos, chegou a fugir de casa para morar com a mãe, mas a Justiça não permitiu. Segundo o Conselho Tutelar, o pai era atencioso com os filhos, acima de qualquer suspeita.

Grávida do próprio pai Uma menina de 13 anos está grávida de quatro meses do próprio pai, na cidade de Guaratinga, a cerca de 800km de Salvador, na Bahia. A criança, que era vítima de abuso havia cerca de um ano, desde que a mãe morreu, nem sabia da gravidez. De acordo com a conselheira tutelar Lindidalva Batista Santana, que acompanha o caso, a menina nunca menstruou e foi informada pelos conselheiros de que estava grávida. O conselho soube do caso por uma denúncia anônima.

Os peritos devem pedir um exame de DNA do feto para comprovar a paternidade. ¿Esse exame é fundamental para a polícia, por ser a prova definitiva do crime. O pai já confessou os abusos, mas deu uma versão diferente da apresentada pela vítima. Ela alega que a menina o procurava. A filha diz que o pai a ameaçava. Acreditamos na vítima¿, disse o delegado Antonio Alberto Passos de Melo. Segundo o delegado, o pai chegou a ser detido na manhã de quarta-feira, mas acabou liberado porque não houve flagrante. ¿Já entramos com o pedido de prisão temporária, por 30 dias¿, afirmou Melo.

Aos 11, menina é mãe A menina de 11 anos que engravidou depois de ser abusada sexualmente pelo padrasto, em Iraí (RS), deu à luz uma menina com 2,8kg e 45 centímetros. A filha nasceu de cesárea, no Hospital Santo Antônio, em Tenente Portela, no noroeste gaúcho. As duas passam bem. ¿Sob o ponto de vista médico, está tudo ótimo com a mãe e com a filha. A menina parece feliz com a maternidade, já pegou o bebê no colo¿, disse o ginecologista e obstetra Claudio José Furini.

Familiares afirmam que a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. ¿Nem dar (o bebê) ela quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar e que a mãe (madrasta da menina e avó do bebê) só vai ajudar¿, conta a irmã de criação, de 25 anos, que mora na mesma casa. Denunciado por estupro, o padastro está no Presídio Estadual de Iraí desde terça-feira, quando se apresentou à polícia. (Da Agência RBS)