Título: Delegado e procurador divergem na CPI
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 20/11/2008, O País, p. 9
Corregedor diz que só pediu informação sobre antenas, não telefones
Leila Suwwan
BRASÍLIA. O delegado Amaro Vieira Ferreira, que investiga o vazamento e possíveis irregularidades na Satiagraha, negou na CPI do Grampo que tenha quebrado o sigilo telefônico, sem autorização judicial, dos telefones Nextel utilizados nas proximidades dos locais das prisões da Satiagraha. Essa informação permitiria a identificação dos telefones das equipes de TV que acompanharam a operação.
Segundo o delegado, o solicitado à Nextel foi a localização de cada Estação Rádio-Base (ERB). A informação de quais telefones operaram nas ERB´s relevantes seria pedida ao juiz depois. Amaro disse que pediu dados ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) e ao DSV (Departamento de Operação do Sistema Viário) para identificar carros multados, para saber quais veículos acompanharam a PF.
-- Com relação à notícia de que houve quebra de sigilo de telefone, o que eu posso fazer em público é negar que isso tenha ocorrido e afirmar que isso foi invenção para tumultuar o processo investigativo.
O procurador Roberto Diana, ouvido na CPI, alegou sigilo judicial para não dar explicações. Mas revelou estranhamento com a explicação de que era necessário pedir dados de localização das ERBs:
- A localização de antenas pode ser obtida no site da Anatel.
Amaro disse que poderá ouvir o depoimento de Paulo Lacerda, diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e que teria colaborado com o delegado Protógenes Queiroz na Satiagraha. Amaro afirmou que, salvo decisão contrária da Justiça, haverá perícia em todo o material apreendido na casa de Protógenes.