Título: BB se compromete a não fazer demissões
Autor: Galhardo, Ricardo, Rangel, Juliana
Fonte: O Globo, 22/11/2008, Economia, p. 25

Direção firma acordo com sindicalistas.

BRASÍLIA e SÃO PAULO. A direção do Banco do Brasil (BB) firmou com sindicalistas um compromisso de que não haverá demissões em decorrência da compra do estatal paulista Nossa Caixa. A informação foi dada ontem pelo presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, após a reunião com os executivos do BB, que não quiseram se pronunciar.

Luiz Marcolino disse que as conversas com o BB estão em curso desde que as negociações foram anunciadas. Segundo ele, o processo de realocação de pessoal da Nossa Caixa tem de acontecer, até para que não ocorram demissões. Mas deverá haver um programa interno de requalificação profissional. Ele disse ainda que está previsto um processo de transferência de pessoal onde houver duplicidade de mão-de-obra, mas tudo será negociado. A Nossa Caixa tem 14.300 servidores e 559 agências.

O processo de incorporação da Nossa Caixa pelo BB deverá levar entre 12 e 18 meses. A preocupação do sindicato é que não se percam direitos como vale-refeição, entre outros. Um benefício a ser ajustado é da assistência médica. Segundo Marcolino, embora a do BB seja melhor, o funcionário contribui com 4,5%, enquanto o da Nossa Caixa colabora com 3%.

Embora sejam concursados, os funcionários da Nossa Caixa são contratados pelo regime da CLT e não têm estabilidade assegurada - situação semelhante à do BB. Portanto, se o BB quiser, pode demitir.

A saída para uma redução de pessoal, acreditam os sindicalistas, está nas aposentadorias. Segundo Raquel Kaceunikas, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, entre este ano até 2010 mais de três mil empregados da Nossa Caixa devem atingir o tempo de serviço para se aposentar.

Para o deputado estadual Davi Zaia (PPS), que também preside a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, os números de funcionários aptos a se aposentar traz certa tranqüilidade em relação às ameaças de demissão. Ele disse que os quadros da Nossa Caixa são muito enxutos. (Mônica Tavares, Ronaldo D"Ercole e Vinicius Segalla)