Título: Mortalidade no Rio entre as mais altas
Autor: Suwwan, Leila
Fonte: O Globo, 26/11/2008, Ciência, p. 32

Situação é preocupante em diagnóstico e tratamento, segundo ministério.

BRASÍLIA. O Rio de Janeiro está entre os três estados em que a situação do diagnóstico e tratamento de Aids é considerada preocupante pelo Ministério da Saúde. Segundo o ministério, além do Rio, o Rio Grande do Sul e Mato Grosso têm índices de mortalidade pela doença muito acima da média nacional.

- Esses três estados apresentam, persistentemente, coeficientes mais altos do que a média do Brasil, que é de 6 óbitos para 100 mil habitantes. No Rio temos uma questão que está posta na mídia: há dificuldade de estruturação de serviços de saúde. Há um pequeno número de unidades de atenção básica, que são a porta de entrada para o sistema de saúde - disse Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST e Aids.

A taxa de mortalidade no Rio foi de 9,9 para 100 mil em 2006 (1.579 mortes) e 9,3, segundo os dados preliminares de 2007. É menor apenas que a do Rio Grande do Sul, onde esse número foi 12,8 em 2006 (1.380 mortes).

- Há evidências também (no Rio) de que o acesso ao diagnóstico é mais complicado. A dificuldade nem sempre é geográfica, temos regiões metropolitanas com áreas muito descobertas. Na capital, por exemplo, estamos, junto com a prefeitura, utilizando com mais intensidade o teste rápido - afirmou Mariângela.

No Norte e Nordeste, há um ligeiro aumento histórico na incidência de Aids, apesar da tendência de estabilização nacional. O Sul tem a maior incidência, devido à antiguidade da epidemia na região.

Outro fator que chama a atenção do governo é a possibilidade de que a epidemia de Aids no Norte do país ganhe características "caribenhas", devido à transmissão entre as populações quem migram nas fronteiras com as Guianas, especialmente a Guiana francesa, onde a situação é mais crítica. (Leila Suwwan)