Título: Porto de Itajaí perde US$33 milhões por dia
Autor: Perboni, Juraci
Fonte: O Globo, 27/11/2008, O País, p. 8

TRAGÉDIA SOB AS ÁGUAS: Chefe da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Britto deve visitar cidade na próxima semana

Rompimento de tubulação do gasoduto já causa prejuízos diários estimados em R$7 milhões por empresários

Juraci Perboni*

FLORIANÓPOLIS. Com estradas interrompidas e um porto parado pela enchente, a tragédia em Santa Catarina se traduz também em prejuízo econômico. O estado está começando a contar os prejuízos. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) estima danos financeiros de US$33,5 milhões por dia com a paralisação do porto de Itajaí, uma das cidades mais atingidas pela enchente. O terminal portuário, fechado desde sexta-feira, é responsável por 60% da movimentação de carne de todo o país e é o segundo em movimentação de contêineres.

Dois dos três berços de atracamento do porto foram destruídos pela força da correnteza, segundo a assessoria. O que sobrou só será liberado para operação após a realização de uma perícia técnica, o que deve acontecer até sexta-feira. A recuperação total do porto de Itajaí, usado principalmente para a exportação de carne congelada - especialmente de frango e suínos - e para a importação de maquinário agrícola, deve durar seis meses, segundo estimativas da prefeitura da cidade, a cem quilômetros de Florianópolis.

Empresas como Perdigão, Sadia, Seara, Diplomata e WEG, que embarcam por semana cerca de 1.200 contêineres, terão de procurar alternativas para completar suas operações. Artigos como carne, frango e massas são exportados em contêineres-frigoríficos.

Três mil caminhões estão parados nas estradas

O rompimento de uma tubulação do gasoduto Brasil-Bolívia provocou a interrupção do fornecimento de gás para muitas cidades catarinenses e regiões do Rio Grande do Sul. Alguns setores tiveram de interromper totalmente a produção, como é o caso das cerâmicas. A Fiesc estima que o setor está com prejuízo diário de R$7 milhões.

De acordo com a assessoria de imprensa da Federação de Indústrias do Rio Grande do Sul, os setores mais atingidos são metal-mecânico, siderúrgico e cerâmico. Empresas instaladas no Pólo Petroquímico de Triunfo, a 75 quilômetros de Porto Alegre, também foram afetadas.

Pelo menos 3 mil caminhões estão parados nas estradas que cortam Santa Catarina. Cada veículo parado significa prejuízo de R$1,5 mil por dia, segundo donos de empresa de importação e exportação.

A Sadia transferiu embarques para os portos de Santos, Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC). A Perdigão afirmou que não dispõe de informações sobre eventuais impactos. O chefe da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, deve ir a Itajaí na terça-feira da semana que vem para avaliar os danos.

Com o G1