Título: Governo controla preços
Autor: Doca, Geralda; Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 28/11/2008, Economia, p. 25

Defasagem nos combustíveis eleva perdas.

Com o fim do monopólio e a abertura do mercado de combustíveis no país, desde 2001 os preços deixaram de ser fixados pelo governo federal. A partir de então, a Petrobras teria a liberdade de adotar uma política pela qual os preços oscilariam para cima ou para baixo conforme as cotações internacionais. A estatal afirma que não repassa a volatilidade externa a todo momento e acompanha o mercado no médio e longo prazo. Fontes garantem, contudo, que o governo sempre exerceu seu poder para forçar a companhia a não aumentar os preços, seja por questões políticas ou para não ter reflexos na inflação.

Até o ano passado, apesar das fortes altas das cotações do petróleo, a companhia conseguia equilibrar suas contas graças à forte valorização do real frente o dólar. Somente em maio último foi feito um reajuste de 10% nos preços da gasolina e de 15% para o diesel. O aumento anterior tinha ocorrido em setembro de 2005.

Só que, desde novembro do ano passado, a defasagem dos preços dos combustíveis começou a ficar bem maior, ou seja, a companhia passou a ter uma receita bem menor do que a prevista. Agora com a queda das cotações do petróleo, a empresa tenta recuperar parte das fortes perdas acumuladas nos últimos meses. (Ramona Ordoñez)