Título: Tarso defende ação do governo na segurança
Autor:
Fonte: O Globo, 29/11/2008, O País, p. 12

Ministro evita embate com Gilmar, que disse haver caos

SALVADOR. O ministro da Justiça, Tarso Genro, rebateu ontem ,de forma indireta, as críticas que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, fez aos órgãos responsáveis pela segurança pública no país, num seminário realizado anteontem em Brasília. Para Gilmar, existe atualmente no Brasil uma "situação de caos, de desordem". Tarso preferiu dividir responsabilidades:

- Debilidades nós temos no cumprimento das obrigações públicas em todos os poderes - disse o ministro, que participou ontem, em Salvador, do encerramento da 6ª Reunião Anual da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Enccla).

Segundo Tarso, no que diz respeito ao Ministério da Justiça, a tarefa de combater o crime vem sendo feita com eficiência:

- A União não é responsável pela segurança pública, ela é indutora, organizadora, colaboradora e financiadora. No que diz respeito à responsabilidade da União, como por exemplo, a Polícia Federal, o trabalho está bem e vai estar cada vez melhor.

Sem responder diretamente a Gilmar, mas fazendo questão de assinalar o que vem sendo realizado pelo governo federal, Tarso afirmou que o Ministério da Justiça nunca teve um programa integrado de segurança pública como está ocorrendo agora:

- Pela primeira vez se instituiu um sistema único de segurança pública, que é um regime de colaboração concreta entre estados e municípios, que agora se transforma num programa integrado. Isso é realmente novo, nunca ocorreu. Quem presta atenção no que está sendo feito reconhece essa grande novidade de construção de um novo paradigma de segurança no país.

Policiais têm de ser mais bem pagos, diz ministro

Tarso disse que "um novo paradigma" está sendo implantado no Brasil através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

- Os aparatos de segurança têm que ser modernizados, o policiamento têm que ser policiamento de proximidade, os policiais têm que ser melhores treinados, melhor pagos e tem que combinar as ações policiais com ações preventivas realizadas pelos estados e pelos municípios - afirmou o ministro.

Sobre o afastamento do delegado Protógenes Queiroz da Operação Satiagraha, da PF, Tarso voltou a dizer que isso não ocorreu em função de pressões externas à Polícia Federal.

- Isso aí adquiriu uma certa notoriedade porque o doutor. Protógenes estava fazendo um inquérito importante que agora continua com mais profundidade, com mais técnica e sem espetaculosidade.

Da Agência A Tarde