Título: Ministro cobra apoio para TV digital
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 29/11/2008, Economia, p. 42

Hélio Costa diz que produção de conversor ainda é menor do que demanda

Mônica Tavares

BRASÍLIA. Ao fazer um balanço do primeiro ano das transmissões da TV digital no país, que começaram em 1º de dezembro de 2007, em São Paulo, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, criticou ontem a falta de uma política industrial "capaz de atender às necessidades de se produzir em grande escala o conversor da TV digital popular".

- Se tivesse um milhão de conversores populares para vender no Brasil, estaríamos vendendo - disse o ministro.

Costa lembrou que a tecnologia da TV digital já chegou, além da capital paulista, a várias cidades importantes, como Rio, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte. Ainda assim, disse ele, são produzidos no país apenas cem mil conversores por mês, enquanto a demanda é de mais de um milhão.

Ministro vai negociar financiamento do BNDES

Na próxima segunda-feira, dia 1º, será inaugurada a TV digital em Salvador, e na quinta-feira, ela chega ao interior de São Paulo, em Campinas. Com estas estréias, mais de 40% da população brasileira contarão com o serviço, segundo Costa. No entanto, ressaltou, não haverá conversores populares suficientes para atender a todos os consumidores.

Hélio Costa pretende negociar com o BNDES uma linha de financiamento e redução de imposto com o governo para a indústria.

- Acho que o governo tem espaço para reduzir impostos na área federal. Se nós conseguíssemos tirar o PIS e Cofins, por exemplo, teríamos um desconto básico de 30% no preço atual do conversor para o modelo mais simples, a R$199, e no modelo que também dá acesso à internet, além de conversor da TV digital, por R$299 - afirmou o ministro.

Protocolo garante sistema digital para TV pública

Ontem, no Palácio do Planalto, foi assinado o protocolo para a implantação da rede de TV digital para as televisões públicas, que será coordenada pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Em fevereiro, entrará em consulta pública o projeto básico de Parceria Público-Privada (PPP) para a implantação da rede, enquanto a licitação está prevista para abril ou maio do próximo ano.

Além dos aspectos técnicos, terão um peso importante as propostas econômicas. As empresas de telecomunicações também poderão apresentar propostas, segundo uma fonte, desde que "associadas com empresas com know how de sítios de transmissão em radiodifusão", isto é, na área de transmissão de televisão. Será constituída uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e a concessão será por 20 anos.

Participarão da rede, coordenada pela EBC, as televisões das seguintes instituições: Senado, Câmara, Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e os Ministérios das Comunicações e da Educação.

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 29/11/2008