Título: Mortos em Santa Catarina sobem para 114
Autor: Daflon, Rogério
Fonte: O Globo, 01/12/2008, O País, p. 3

Deslizamento de terra durante operação de resgate mata dois e fere bombeiro.

FLORIANÓPOLIS. Subiu para 114 o número de mortos em conseqüência das chuvas em Santa Catarina. Ontem, foram encontrados mais cinco corpos. O caso mais grave ocorreu na localidade de Braço do Joaquim, em Luiz Alves, no Vale do Itajaí: um barranco desmoronou no momento em que bombeiros faziam uma operação de resgate. Uma mulher e uma criança morreram e um bombeiro de São Paulo que integra a Força Nacional ficou gravemente ferido. Foi o primeiro acidente com equipes de socorro.

Ainda há registro de 19 desaparecidos no estado. A Defesa Civil enviou alerta às equipes de socorro sobre a possibilidade de voltar a chover hoje em todo o estado, inclusive no Vale do Itajaí e no litoral norte catarinense, áreas mais castigadas.

Segundo a Defesa Civil, as equipes devem estar atentas para a elevação do nível dos rios Itajaí-Açu, que corta várias cidades do Vale do Itajaí, e Itajaí-Mirim, além da possibilidade de novos deslizamentos. No fim da tarde de sábado e na manhã de ontem, a busca de corpos ficou paralisada no Morro do Baú, em Ilhota, segundo o chefe de Operações da Defesa Civil, Edmilson Corrêa.

- As pessoas já foram resgatadas e a região é de alto risco de deslizamentos. Então, estamos evitando que as equipes corram perigo na procura de corpos.

Na tarde de sábado, houve novos desmoronamentos. No Morro do Baú, uma mulher foi socorrida e levada ao hospital depois de ser coberta por lama e barro, quando sua casa caiu. Corrêa afirmou que não foram encontradas mais pessoas na casa. Em Brusque, choveu muito no sábado à noite e o nível do rio Itajaí-Mirim subiu para 6,35 metros, provocando alagamentos e deslizamentos.

A dificuldade de fazer a separação da grande quantidade de doações fez a Defesa Civil solicitar a todos os estados que continuem recebendo os donativos, mas não enviem a Santa Catarina neste momento. Corrêa explicou que são necessários colchões para atender 27.410 desabrigados e 51.297 desalojados. (Juraci Perboni, especial para O GLOBO)