Título: GM busca ajuda do Congresso dos EUA, mas não descarta concordata
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Fonte: O Globo, 02/12/2008, Economia, p. 24
Ford anuncia férias coletivas de 5 mil na Bélgica e estuda venda da Volvo.
DETROIT e TÓQUIO. Desde domingo, a diretoria da General Motors (GM) está reunida para finalizar um plano de resgate da companhia para ser apresentado ao Congresso americano, informou ontem o ¿Wall Street Journal¿. O plano é uma das condições dos parlamentares americanos aos representantes das três principais montadoras do país ¿ além da GM, Ford e Chrysler ¿ para aprovar um pacote de ajuda de US$25 bilhões. No caso da GM, afirma o ¿Journal¿, apesar da discordância de seu diretor-executivo, Rick Wagoner, os diretores também estão avaliando um pedido de concordata, caso a ajuda do Congresso não seja aprovada.
Já o ¿Financial Times¿ disse ontem que GM e Ford pediram ajuda ao governo da Suécia para reerguer suas filiais no país. Segundo o jornal, Stephen Odell, diretor executivo da Volvo, e Jan-Ake Jonsson, diretor da Saab, tiveram conversas em separado com Maud Olofsson, ministro da Indústria sueca. O governo sueco avalia dar US$248 milhões às duas empresas, segundo Matts Carlsson, analista da indústria automobilística do Gothenburg Management Institute. Na Alemanha, o governo de Angela Merkel estuda dar garantia de crédito de US$1,3 bilhão à Opel, filial da GM no país.
Ghosn, da Nissan, prevê demissões em todo o mundo
A Ford disse ontem que está revisando suas opções para a Volvo, sua marca sueca de automóveis de luxo, e não descartou vendê-la. A empresa anunciou ainda que dará férias coletivas para cinco mil empregados de sua fábrica em Genk, na Bélgica, segundo revelou a agência France Presse.
Já o presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, disse ontem que o setor enfrentará perdas maciças de emprego se não houver ajuda financeira às montadoras, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo. As vendas de carros no Japão caíram 27,3% em novembro em relação a igual mês de 2007, o menor nível em 39 anos. Ghosn disse que os cortes ocorrerão em vários países, numa reação em cadeia.
¿ É importante financiar uma indústria que cria tantos empregos ¿ disse ele.
As vendas de automóveis registraram novas quedas na Europa e na Ásia em novembro. Na Suécia, sede de Volvo e Saab, a queda foi de 36%, para 17.616 unidades. Segundo a entidade que reúne as montadoras Bil Sweden foi a maior queda mensal desde 1993. Na Itália, o recuo foi de 20%. França perdeu 14% e, a Bélgica, 16,4%. Na Espanha, as vendas caíram 50% em relação a novembro de 2007. Na Ásia, além das perdas de Japão, na Coréia do Sul, as vendas caíram 8,6% em relação a novembro de 2007. As vendas da Hyundai e de outras quatro montadoras coreanas, Kia Motors Corp., GM Daewoo, Renault Samsung and Ssangyong Motor, totalizaram 445.111 unidades, comparadas com as 486.762 em novembro de 2007 e às 506.597 de outubro.