Título: Interditada estrada que liga Paraná a Santa Catarina
Autor: Carvalho, Ana Paula de; Perboni, Juraci
Fonte: O Globo, 03/12/2008, O País, p. 9
Queda de barreira prejudica chegada da ajuda à população; prefeituras não sabem como alojar desabrigados.
CURITIBA E FLORIANÓPOLIS. A queda de uma barreira na BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, interditou totalmente a principal ligação rodoviária entre Paraná e Santa Catarina, ontem de manhã. O deslizamento ocorreu às 7h30m no quilômetro 663, que fica a dez quilômetros da divisa entre os dois estados.
A queda do barranco, que não fez vítimas, prejudicou o trabalho das equipes que estão levando ajuda à população catarinense. Caminhões da Defesa Civil do Paraná ficaram impedidos de chegar a Itajaí com comida, roupas e colchões. A previsão é de que a rodovia seja liberada hoje à tarde. Técnicos vão avaliar a estabilidade da encosta e as condições do asfalto, antes de reabrir a pista.
Para contornar o congestionamento, que chegou a oito quilômetros, a Polícia Rodoviária Federal providenciou um desvio na própria pista em sentido contrário, na cidade de Tijucas do Sul. Os motoristas também estão recebendo orientação para retornar e utilizar a BR-116 até São Bento do Sul, em Santa Catarina. De lá, a viagem prossegue pela BR-101.
Em Santa Catarina, a BR-470 têm trechos interditados entre Gaspar e Rodeio e a previsão de recuperação é de 30 dias. A BR-101, liberada no domingo, precisa ter o trânsito interrompido para consertos e ajustes na pista e contenção das encostas. Esta estrada tem ainda tráfego em meia-pista em Garuva, Norte do Estado. A BR-282 também está em meia-pista em Águas Mornas e Rancho Queimado. Nas estradas estaduais, sete têm trechos interditados e em outros 13 os motoristas precisam ter cuidado.
As prefeituras dos municípios catarinenses atingidos pelas chuvas ¿ que provocaram 116 mortes e deixaram 31 desaparecidos ¿ não sabem como alojar provisoriamente os 21.219 desabrigados e 47.895 desalojados. As pessoas estão abrigadas precariamente em escolas e ginásios de esportes e agora precisam ser levadas para moradias, onde esperarão pela reconstrução de suas casas. Segundo a Defesa Civil, as prefeituras precisam encontrar pelo menos oito mil casas para alocar desabrigados e desalojados.
Em Blumenau, o secretário de Planejamento, Walfredo Balistieri, afirmou que no primeiro momento serão necessárias duas mil casas.
¿ Estimamos chegar a cinco mil residências a serem reconstruídas no município.
Para solucionar o problema, as prefeituras dependem de recursos do governo federal e do governo estadual, ainda não disponíveis.
Itajaí vai dar aos seus desabrigados a possibilidade de alugar uma casa, afirmou o secretário de Habitação de Itajaí, Beto Pacheco.
¿ Vamos pagar o aluguel de quem não têm para onde ir.
oglobo.com.br/pais