Título: OCDE: Brasil será o menos afetado pela crise
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 06/12/2008, Economia, p. 43

Previsão é que país terá declínio nos próximos seis meses e outros viverão forte desaceleração.

PARIS. O Brasil será o país que sofrerá o menor impacto da crise mundial entre as grandes economias nos próximos seis meses, segundo avaliação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A pesquisa Indicador Composto Avançado (CLI, na sigla em inglês) do mês de outubro, divulgada ontem pela instituição, apontou que a economia do Brasil sofrerá um declínio nos próximos seis meses, enquanto outras 34 economias (incluindo os 29 países-membros da OCDE) terão forte desaceleração.

A principal mudança em relação à pesquisa de setembro foi a constatação de que emergentes como China, Índia e Rússia também enfrentarão forte desaceleração até abril. "Os indicadores de outubro continuam a apontar um cenário fraco para os países do G-7 (grupo dos sete países mais ricos), mas, em comparação ao mês anterior, o cenário se deteriorou significativamente, e agora China, Índia e Rússia também enfrentarão forte desaceleração", destacou o relatório.

Rússia, China e G-7 entre as maiores quedas de outubro

O índice do Brasil caiu 0,3% em relação a setembro, para 103,6 pontos. O indicador aponta as mudanças de fases nos ciclos econômicos. Resultados acima de 100, e em alta, indicam expansão da economia. Se estiverem em queda, como é o caso do Brasil, indicam declínio. Os índices abaixo de 100 indicam desaceleração, em caso de queda, e recuperação, ao registrarem alta.

A Rússia foi o país com maior queda em relação a setembro, de 4%, passando de 96,4 pontos em setembro para 92,4 pontos em outubro. Houve recuo expressivo ainda na China, de 1,7%, para 93,4 pontos. Nos países do G-7, a queda foi de 1,1%, de 95,9 para 94,8 pontos. Já o índice dos 29 países-membros da OCDE recuou 1%, para 95 pontos.

Relatório divulgado pelo banco suíço UBS previu drástico arrefecimento da economia mundial em 2009, mas indicou que emergentes como Brasil, China, Índia e Rússia (os chamados Brics) escaparão da recessão. A crise mundial já condenou à recessão diversos países em todo o mundo, como os Estados Unidos e os que compõem a zona do euro.