Título: Juiz suspeito de casar até um morto em AL
Autor: Dalvi, Bruno
Fonte: O Globo, 10/12/2008, O País, p. 3

MACEIÓ. A Corregedoria do Tribunal de Justiça de Alagoas investiga como um juiz conseguiu casar uma pessoa morta, em troca de supostas vantagens financeiras. O juiz auxiliar da corregedoria, Alexandre Lenine, confirmou a informação. Nomes, datas e cifras não foram divulgados. A mulher de um coronel reformado da Polícia Militar estaria recebendo uma pensão mensal em nome do marido já morto. Nos autos do processo, existe até uma certidão de casamento, supostamente fraudada, confeccionada após a morte do PM. A Polícia Militar averigua o prejuízo para os cofres públicos. Há também a assinatura do juiz, que na época estava à frente da Comarca de Porto de Pedras. Um exame grafológico foi anexado ao relatório, para comprovar se a assinatura é a mesma do magistrado.

- O caso é considerado grave - disse Lenine.

Não é a primeira vez que Porto de Pedras enfrenta um escândalo no Judiciário. Em outubro, o juiz da cidade, Rivoldo Sarmento, foi preso, acusado de comandar o maior esquema de fraude nas eleições deste ano. Segundo a Polícia Federal, Sarmento, ajudado por funcionários do cartório, teria fraudado títulos de eleitor, incluindo para votar até os mortos. Sarmento foi afastado por 60 dias das funções na magistratura e foi solto duas semanas depois do episódio. O Tribunal de Justiça avalia se ele será punido com aposentadoria compulsória.