Título: Renan quer liderar PMDB e voltar aos holofotes
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 14/12/2008, O País, p. 16
Aliados do ex-presidente do Senado, que renunciou ao cargo para preservar o mandato, articulam escolha na bancada.
BRASÍLIA. Depois de se impor uma quarentena de quase um ano, após ser obrigado a renunciar à presidência do Senado para não perder o mandato, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) decidiu voltar à ativa, aos holofotes. Não quer o mesmo destino do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), que, depois de perder o comando do Senado e o mandato, manteve sua influência política no partido, mas permanece na sombra.
Apesar do desgaste sofrido no ano passado, mas sem qualquer processo na Justiça e absolvido duas vezes pelos colegas da acusação de que teria tido despesas pagas por uma empreiteira, Renan planeja reassumir a liderança do PMDB no Senado.
Um de seus mais fiéis aliados no partido, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), iniciou na última semana uma sondagem informal na bancada para lançar a candidatura de Renan à vaga hoje ocupada pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Avisado sobre a movimentação de Salgado, o líder Raupp telefonou para o ministro das Comunicações, Hélio Costa, para tomar satisfações. Salgado é suplente de Costa.
- O Renan não me pediu nada. Estava fazendo uma sondagem por conta própria. Não sei por que o Raupp mandou eu parar (sic) - desconversou Salgado.
Prioridade agora é impedir vitória de Tião Viana
Diante de algumas insatisfações e para evitar um racha na bancada, Renan suspendeu temporariamente as articulações para sua volta à liderança. Até porque quer influir em outra disputa: sua prioridade neste momento é garantir que o PMDB permaneça no comando do Senado. Para impedir que o petista Tião Viana (PT-AC) conquiste a presidência do Senado, Renan acabou se transformando no principal articulador da candidatura peemedebista à vaga.
Por isso mesmo, Renan pretendia passar este fim de semana em Brasília, com a missão de convencer o ex-presidente José Sarney (PMDB-AC) a disputar a presidência da Casa. Ele, aliás, foi um dos articuladores que ajudaram a persuadir Raupp a antecipar para a próxima quarta-feira o nome do candidato do partido para a sucessão de Garibaldi Alves (PMDB-RN).