Título: Dirigentes de fundações partidárias negam irregularidades com verbas
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 16/12/2008, O País, p. 4

MP investiga o uso dos recursos do Fundo Partidário pelas entidades.

BRASÍLIA. Dirigentes das fundações partidárias Astrogildo Pereira, do PPS, e João Mangabeira, do PSB, negaram ontem irregularidades com a aplicação dos recursos do Fundo Partidário nas contas das duas instituições. Eles disseram que o fato de a Promotoria de Fundações do Distrito Federal analisar as contas anualmente não significa que sejam alvo de investigação por denúncias de desvios dos recursos. Os partidos repassam às fundações 20% do que recebem do Fundo Partidário distribuído pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além da Astrojildo Pereira e da João Mangabeira, a Promotoria do Ministério Público de Fundações analisa as contas, dos últimos anos, das fundações com sede em Brasília, entre elas a Fundação Ulysses Guimarães (PMDB), a Fundação Milton Campos (PP) e a Fundação Instituto Getúlio Vargas (PTB).

No caso da fundação petebista, o promotor Nelson Farhat disse que já há elementos suficientes para entrar com ação em juízo para a devolução de R$7 milhões que teriam sido usados indevidamente.

- Pode ter esse problema lá na fundação do PTB, na minha sei que não tem. Estamos com as contas aprovadas até 2006, e agora estão analisando as de 2007. Pedi ao promotor que me mande uma cópia de um nada-consta da Fundação João Mangabeira - disse Carlos Siqueira, da fundação do PSB.

O secretário-executivo da fundação do PPS, Arildo Salles, explicou que recebeu da Promotoria do Distrito Federal a informação de que "é praxe investigar as atividades de cada uma das fundações, não havendo especificamente nada contra a Fundação Astrojildo Pereira".

- Todo ano mandamos o relatório de prestação de contas e eles nos chamam. Querem saber por que no ano passado o gasto com revistas foi de R$5 mil e este ano pulou para R$11 mil, e por que um funcionário, que tem salário, recebe mais R$300 para gasolina. Explicamos, e está tudo bem - disse Salles.