Título: Corregedor acha números exagerados
Autor: Youssef, Leila
Fonte: O Globo, 27/12/2008, O País, p. 8

Gilson Dipp diz que CNJ é mais rígido para dar definição de grampo

Ao tomar conhecimento do novo levantamento da CPI dos Grampo, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilson Dipp, afirmou que considera os números tão exagerados quanto os divulgados anteriormente pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Ele sustenta que as evidências apontam para a existência de cerca de 12 mil grampos e que a discrepância entre os dados deve-se a diferenças metodológicas.

A polêmica entre Dipp e Itagiba se arrasta desde novembro, quando o CNJ contestou os dados da CPI dos Grampos, presidida por Itagiba, afirmando que há 11.846 grampos no país, e não mais de 400 mil, como sustentava o parlamentar. Para acabar com a divergência, o corregedor disse que será criada no fim de janeiro uma comissão, formada por representantes do Conselho, da CPI e da Anatel, além de juízes e técnicos de institutos de criminalística.

- Não vou discutir números com ele (Itagiba). Nós já conversamos sobre isso pessoalmente, e a comissão informal que vamos formar vai fazer uma análise técnica sobre a real quantidade de grampos no país - disse.

Dipp argumenta apenas que o Conselho tem parâmetros mais rígidos para definir o grampo e leva em consideração, por exemplo, a duração da interceptação e registra apenas o principal número interceptado e não todos os telefones que fizeram ligações para ele. O levantamento da CPI junto às operadoras não teria os mesmos recortes.

- Certamente a CPI e a Anatel têm uma gama maior de grampeados porque usam metodologia diferente, mas com certeza não é esse novo número obtido pela CPI. Mesmo que tenhamos cometido algumas falhas no levantamento feito pelo CNJ, o número de grampos no país é algo bem mais próximo dos cerca de 12 mil .