Título: OAB cobra de CNJ número de grampos no país
Autor: Otavio, Chico
Fonte: O Globo, 28/12/2008, O País, p. 8

Presidente da entidade estranha divergência de dados.

O presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, vai oficiar amanhã o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para saber quem está equivocado em relação ao número de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente no país. A contradição entre o número fornecido pelo CNJ, há cerca de um mês, e a quantidade informada pelas telefônicas, como O GLOBO noticiou sábado, motivou a representação.

Britto lembrou que, no dia 18 de novembro, o corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, mandou fazer um balanço das interceptações telefônicas no país (como informa a própria página do CNJ na internet). Segundo Dipp, naquele momento eram monitorados 11.846 telefones no Brasil. Trata-se de uma diferença grande, se os números forem comparados à informação prestada pelas companhias telefônicas, que atestam a existência de 224 mil escutas telefônicas em andamento no país.

O levantamento feito pelas operadoras de telefonia revela que o número de escutas com autorização judicial é 40% menor do que o registrado em 2007 ( 375.633), segundo a CPI dos Grampos.

Presidente da CPI vê indícios de irregularidades

A pedido do presidente da comissão, deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), as operadoras Vivo, Oi/Telemar, Brasil Telecom e Claro, entre outras, enviaram suas planilhas feitas até 20 de novembro. Os dados mostram que há indícios de irregularidades nas autorizações dadas pela Justiça e também em renovações de permissões, segundo Itagiba. Concluídos pelos técnicos da CPI, os dados servirão de base para o relatório final, previsto para estar concluído em 60 dias.