Título: Prefeito de Campo Grande propõe cobrança por novos postes instalados
Autor: Carvalho, Ana Paula de; Perboni, Juraci
Fonte: O Globo, 01/01/2009, O País, p. 4

Em Cuiabá, prefeitura quer reduzir gastos de contrapartida com o PAC

Paulo Yafusso e Anselmo Carvalho Pinto

CAMPO GRANDE e CUIABÁ. O prefeito reeleito de Campo Grande (MS), Nelson Trad Filho (PMDB), tenta, em dois projetos polêmicos, aumentar a receita do município para enfrentar a crise: no pacote de projetos que encaminhou para apreciação dos vereadores está um que prevê a cobrança da concessionária de energia elétrica por cada poste instalado, e outro sobre o IPTU progressivo, que vai punir com multas donos de imóveis abandonados ou sem manutenção. A expectativa é aumentar em 20% a receita no orçamento de 2009, que é de R$1,3 bilhão.

Mas o prefeito já enfrenta resistência para criar a taxa para postes. A Rede, principal concessionária de energia no estado, avisou que o custo será repassado ao consumidor.

Trad Filho lembra que em agosto decretou a redução de 20% dos gastos, para fechar 2008 com R$4 milhões a mais nos cofres. O prefeito também suspendeu novos investimentos e manteve em andamento apenas as obras executadas em parceria com o governo federal.

- Os novos secretários deverão ter em mente esse desafio para 2009 - disse Trad Filho.

Gastos do orçamento também serão reduzidos

Em Cuiabá, o prefeito reeleito, Wilson Santos (PSDB), quer usar a Frente Nacional de Prefeitos para convencer o governo federal a reduzir a contrapartida dos municípios nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Hoje as prefeituras são obrigadas a empregar 20% do valor repassado pelo governo federal. A idéia defendida por Santos é que a parcela caia para 5% ou 10%. Em Cuiabá, o governo federal vai aplicar R$257,4 milhões em obras do PAC, o que dá uma contrapartida de cerca de R$60 milhões. A idéia é reduzir o valor pela metade.

- Não vou reduzir investimentos em setores como educação e saúde. Não haverá demissão de servidores públicos - afirma o prefeito de Cuiabá.

Por conta da estimativa na arrecadação, a prefeitura reduziu em 6,5% os gastos do orçamento. A proposta, que já estava tramitando na Câmara dos Vereadores prevendo R$1,11 bilhão, voltará para o Legislativo com estimativa de R$1,04 bilhão.

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