Título: Muito a fazer
Autor:
Fonte: O Globo, 01/01/2009, Opinião, p. 6
Eduardo Paes assume a prefeitura do Rio, como os demais prefeitos, com a intenção de pôr em práticas muitas promessas de campanha, mas sem saber ao certo qual será o impacto da crise sobre as finanças do município. Uma postura cautelosa é recomendável nesses primeiros meses, até que o horizonte financeiro fique mais claro. Porém, há uma série de iniciativas que poderão ser tomadas sem que a prefeitura necessite de grandes somas em caixa.
O esforço para se recompor a ordem urbana, por exemplo, depende mais da postura e da disposição política do prefeito do que de verbas polpudas. Do mesmo modo, a revitalização de áreas da cidade como a zona portuária ou o prolongamento da Via Light está mais ligada a atos administrativos e legislativos do que propriamente expressivos investimentos públicos.
O prefeito e sua equipe terão também que dedicar parte do seu tempo para o planejamento de ações futuras que levem o Rio a ser um excelente anfitrião na Copa do Mundo de 2014 e que ajudem a cidade a sediar as Olimpíadas de 2016.
No plano político, não serão poucas as tarefas do novo prefeito. De negociações e entendimentos com municípios vizinhos da região metropolitana dependerão soluções para problemas graves nos sistemas de saúde e transporte (bilhete único), ou para o depósito do lixo urbano. A nova lei que possibilita a formação de consórcios municipais abre espaço para se criar esse bom relacionamento, em benefício de todos.
Nos períodos de restrições orçamentárias é que os bons administradores públicos se sobressaem.