Título: Brasil volta atrás e aumenta compra de gás à Bolívia
Autor: Melo, Liana
Fonte: O Globo, 10/01/2009, Economia, p. 21

País deixará de economizar US$250 milhões

BRASÍLIA. O governo brasileiro cedeu aos apelos das autoridades bolivianas e decidiu aumentar, a partir de hoje, as compras de gás natural do país vizinho, que haviam sido reduzidas, desde o último dia 1º , de 31 milhões para 19 milhões de metros cúbicos diários. As importações vão aumentar para cerca de 24 milhões de metros cúbicos por dia e devem se manter nesse patamar até abril.

A mudança de postura do governo ocorreu com um intervalo de poucas horas. Pela manhã, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ratificou o que havia anunciado no início da semana, dizendo que seriam desligadas todas as termelétricas do país - existem 1.007 usinas, das quais 108 operam com gás natural. Lobão afirmou que, com a medida, confirmada em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, a diminuição das importações traria uma economia ao país em torno de US$600 milhões ao longo deste ano.

À tarde, porém, após reunião com o ministro do Planejamento e Desenvolvimento da Bolívia, Carlos Villegas, Lobão anunciou que o volume das importações seria aumentado. Ele não revelou números, mas a estimativa de economia, segundo cálculos informais, baixou para algo em torno de US$350 milhões. O ministro justificou que a expansão das compras se dará, basicamente, por duas razões: serão ligadas duas termelétricas para abastecer o Sul do país e, na próxima segunda-feira, indústrias que deram férias coletivas vão reabrir.

- Houve um aumento importante no compromisso do Brasil a partir de amanhã (hoje). Teremos uma confirmação para saber exatamente o montante - disse Carlos Villegas, ao deixar a reunião.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, também participou da reunião.(Mônica Tavares)