Título: Gás ficará mais barato no Rio
Autor: Melo, Liana
Fonte: O Globo, 10/01/2009, Economia, p. 21

Preço do GNV cairá 9,4%, a maior queda, a partir de fevereiro

Ramona Ordoñez

A crise mundial que derrubou os preços das principais commodities , como o petróleo, chegou à boca do fogão de cozinha. As distribuidoras de gás canalizado do Estado do Rio, CEG e CEG Rio, vão reduzir significativamente os preços de venda do produto para seus consumidores a partir do próximo dia 1º de fevereiro. A maior queda será para o Gás Natural Veicular (GNV), que terá uma redução de 9,4%, beneficiando os proprietários de cerca de 700 mil veículos.

Segundo a CEG, para os consumidores residenciais, a redução de preços vai variar de 2,8% a 3,4%. Para os consumidores comerciais, a queda será de 2,4% a 2,6%. Para as indústrias, a queda de preços vai variar entre 7,6% a 10,2%. Em média, a redução vai ser de 8,5%, como noticiou Aguinaldo Novo ontem na coluna "Negócios & Cia."

As duas empresas, controladas pela espanhola Gas Natural, vão repassar a redução de preços de venda do gás natural feita pela Petrobras, devido à forte queda dos preços internacionais do petróleo e dos combustíveis. Para a CEG, a redução da Petrobras foi de 11,08%, e para a CEG Rio, de 3,77%. Pelo contrato das duas empresas com a estatal, está prevista uma revisão trimestral nos preços de venda do gás com base em uma fórmula que leva em conta os preços médios dos diversos tipos de óleo combustível, que nos últimos meses caíram, junto com os do petróleo.

GNV vai aumentar sua competitividade

O Conselheiro de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e da Associação Comercial do Rio, Francisco Barros, calculou que a redução de preços nas bombas para o GNV será da ordem de R$0,16 por metro cúbico. Com isso, o preço vai cair da média atual no Rio de R$1,69 para R$1,53 por metro cúbico.

- Apesar de o gás ter um rendimento maior do que o do álcool, o fato de estar com preço próximo fazia com que o consumidor achasse que não era mais vantajoso. Agora, com essa redução esperada, o uso do GNV vai ser 53% mais econômico em relação à gasolina e 50% em relação ao álcool - destacou Francisco Barros.

A subsecretária de Desenvolvimento Econômico, Energia e Indústria do Estado do Rio, Renata Cavalcante, destacou que a redução de preços do gás pela CEG vai favorecer principalmente as indústrias e os motoristas que têm carro a GNV.

- Para a indústria, será um alívio, uma vez que o gás tem um peso importante nos custos de produção. Com isso os preços de seus produtos poderão continuar estáveis ou até cair para os consumidores - destacou a executiva.

Outro efeito positivo da crise financeira mundial com o desaquecimento da economia, segundo os especialistas, é afastar o risco de racionamento de energia elétrica neste ano - que esteve presente no início de 2007. O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, destacou que, com a redução do consumo de energia, não deverá ocorrer o déficit que o órgão estimava para este ano , que era da ordem de 500 megawatts médios.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em outubro do ano passado, revisou a previsão de crescimento do consumo em 2009 de 5,8% para 5,2%. Segundo um técnico, esse percentual será menor.