Título: Lacerda, em BH, dá cargos a PT e PSDB
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 02/01/2009, O País, p. 3

Novo prefeito anuncia cortes de postos comissionados; Aécio não compareceu à posse.

BELO HORIZONTE. Eleito graças a uma aliança entre o governador Aécio Neves (PSDB) e o agora ex-prefeito Fernando Pimentel (PT), Márcio Lacerda (PSB) assumiu ontem a prefeitura da capital mineira anunciando que fará reajustes orçamentários para evitar que os efeitos da crise financeira internacional causem maiores problemas à cidade. Já foram exonerados 250 assessores da prefeitura, que ocupavam 17% dos cargos de confiança do funcionalismo municipal. Lacerda ainda pretende cortar metade dos cargos de recrutamento amplo, a maioria indicação política.

- As nuvens da crise terão reflexos sobre o processo econômico. Seremos afetados. Não somos uma ilha. O desafio será manter programas como o Orçamento Participativo, Escola Infantil, Escola Integrada e Vila Viva - afirmou Lacerda.

Em seu discurso de posse, o novo prefeito de Belo Horizonte agradeceu a polêmica aliança política entre PSB, PT e PSDB que, segundo ele, coroou sua trajetória política.

- Essa aliança é fruto da fecunda parceria entre o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel, que colocaram os interesses da cidade à frente das diferenças partidárias. Agradeço também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que me apoiou durante a campanha e que me recebeu em Brasília, no dia seguinte das eleições - disse Lacerda.

PSDB fica com a pasta da Saúde depois de 16 anos longe do poder

O governador Aécio Neves não compareceu à cerimônia. Ele foi representado pelo vice-governador, Antônio Anastasia, que disse acreditar numa relação "siamesa" entre governo do estado e prefeitura.

A aliança também se reflete no primeiro escalão do governo de Belo Horizonte. Lacerda já anunciou 13 nomes que vão ocupar as pastas municipais. O PT continua ocupando as principais secretarias, como a de Finanças, Planejamento, Políticas Sociais, Educação e Políticas Públicas. O PSDB, que estava longe da administração de Belo Horizonte há 16 anos, ficou com a pasta da Saúde e com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital.