Título: Em Salvador, João Henrique exalta Geddel
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 02/01/2009, O País, p. 3
Em posse sem Wagner, prefeito nem cita governador e fala em planos para PMDB.
SALVADOR. A ausência do governador Jaques Wagner (PT) marcou a posse do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), ontem à tarde, na Câmara Municipal de Salvador. O único membro do governo estadual a integrar a mesa da solenidade foi o secretário da Infra-Estrutura, Antonio Carlos Batista Neves, anunciado como representante do governador. Após o evento, Batista Neves demonstrou irritação e contrariedade por ter sido citado nessa condição.
- Sou membro do PMDB, e estava como integrante do partido - consertou Batista Neves, um dos dois secretários estaduais indicados pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, principal líder peemedebista no estado.
As divergências entre João Henrique e Wagner ficaram evidentes no discurso de posse do prefeito, que não se referiu ao governador em nenhum momento, preferindo elogiar a "liderança" de Geddel e a força do PMDB na Bahia, insinuando que o partido pode mesmo disputar a eleição ao governo do estado em 2010.
- O PMDB vem se fortalecendo e qualificando para assumir maiores responsabilidades na Bahia e no Brasil - disse.
O prefeito destacou que o ministro da Integração é um "embaixador da cidade no governo federal", numa alusão aos recursos conseguidos para obras em Salvador, fundamentais para sua reeleição.
João Henrique também se referiu à reforma administrativa que promoveu logo após a reeleição, com a ajuda do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), que tem entre seus clientes o governador mineiro Aécio Neves (PSDB), e anunciou que reduzirá de 17 para 13 o número de secretarias municipais. Segundo o prefeito, a medida resultará numa economia de R$40 milhões no primeiro ano. O prefeito criou também um Núcleo de Projetos e Captação de Recursos do PAC e linhas de crédito internacionais.
Presente à solenidade, o deputado ACM Neto (DEM), que apoiou João Henrique no segundo turno e terá dois integrantes do partido nomeados para o segundo escalão da prefeitura, qualificou de "descortesia" a ausência do governador Jaques Wagner. Já Geddel foi irônico:
- O 1º de janeiro é um dia bom para descansar.
Da Agência A Tarde