Título: Maior gasto será com segurança: R$52 milhões
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 11/01/2009, O País, p. 11
Recursos também para saúde, educação e turismo no estado.
SÃO PAULO. Na lista oficial de benefícios federais para Belém, há desde R$13,6 milhões do Ministério da Educação em reformas das duas universidades federais que sediarão a maior parte do evento, até R$12,2 milhões do Ministério do Turismo para a recepção dos visitantes, além de R$36,7 milhões para a saúde pública, incluídos cem novos leitos hospitalares. Mas o maior gasto, no entanto, foi com a segurança pública: R$52 milhões no reaparelhamento dos serviços, segundo dados do governo do Pará. Além disso, o Ministério da Justiça informou que ao todo serão enviados 250 homens da Força Nacional para dar suporte à polícia local, com 50 carros e três helicópteros.
Em 2008, foram destinados R$70 milhões ao estado como parte das ações da Força Nacional. O governo também conseguiu liberar todos os participantes estrangeiros do Fórum Social Mundial (FSM) do pagamento de taxas nos aeroportos. Graça Costa, do Comitê Organizador do FSM, disse que ainda faltam acertos nos bairros pobres que cercam as universidades. Parte das obras não tinha sido concluída até a última semana:
-Talvez tenhamos alguns problemas, mas nada incontornável. A parceria com os governos nos agradou muito, principalmente porque o FSM deixará a cidade muito melhor.
Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, os gastos são justificáveis porque "é o mais importante evento da sociedade civil internacional, e o governo brasileiro considera importante apoiá-lo pelo seu compromisso com as transformações econômicas, sociais e políticas necessárias ao Brasil e ao mundo".
Lugo, Chávez e Morales são esperados no evento
A Secretaria-Geral argumentou que o governo brasileiro tem participado do FSM desde sua primeira edição, em 2001, "sempre respeitando a autonomia do evento, que é uma iniciativa dos movimentos sociais e das ONGs". Vários dirigentes e técnicos do governo participarão em diversas áreas. O governo do Pará, comandado por Ana Júlia Carepa (PT), vai gastar pelo menos mais R$10 milhões com o evento. A governadora foi procurada para comentar a estruturação do FSM, mas se recusou a atender às solitações.
Além de convocar militantes e dirigentes, o PT está conclamando seus governantes para que também apoiem o FSM materialmente. O evento tem regras rígidas para os partidos: só podem participar como observadores e nunca como articuladores. Mas o PT tem um membro da executiva no Conselho Internacional, Renato Simões.
Atividades políticas devem se concentrar no FAL/FALA (Fóruns de Autoridades Locais e da Amazônia). São esperados, além de Lula, os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Venezuela, Hugo Chávez, e do Paraguai, Fernando Lugo.