Título: Memória
Autor: Torres, Izabelle
Fonte: Correio Braziliense, 23/03/2009, Política, p. 03

A saída dos diretores do Senado é resultado de um efeito dominó instalado na Casa, depois da saída de Agaciel Maia do cargo de diretor-geral: função que ocupou por 14 anos e que foi obrigado a deixar no último dia 3, depois de denúncias de que omitiu da Receita uma Casa avaliada em R$ 5 milhões.

Dez dias depois, foi a vez do amigo do ex-diretor João Carlos Zoghbi deixar a poderosa Diretoria de Recursos Humanos do Senado sob acusação de que cedeu um imóvel funcional para o filho morar. Juntos, Agaciel e Zoghbi administravam um orçamento de R$ 2,7 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões só de folha de pagamento.

Diante dos constantes escândalos envolvendo a área administrativa da Casa, o presidente José Sarney (PMDB-AP) decidiu extinguir diretorias criadas especialmente para abrigar aliados e amigos de Agaciel. Foi então que descobriu-se que havia 181 diretores no Senado. A maioria ocupando funções de pouca relevância para o funcionamento da Casa, mas beneficiados por gratificações decorrentes dos cargos de chefia. Diante da crise, na semana passada, Sarney cortou 50 cargos de diretoria e estuda extinguir outros 50.